Discurso de Antônio Carlos Silva, dirigente do PCO e da CUT, na abertura do ato público de 1° de Maio do Partido da Causa Operária.
Eu queria falar aqui da tribuna para fazer uma saudação inicial para iniciar este nosso trabalho.
O nosso ato acontece quando, no nosso País, estamos completando hoje, segundo números mais ou menos oficiais, dos cartórios de registros de óbitos, dos cartórios de registro civil, cerca de 7 mil mortos, no momento em que, em todo o mundo, nós temos mais de 3 milhões e 300 mil pessoas infectadas e estamos nos aproximando de 250 mil mortos.
Mais do que nunca, a classe operária precisa seguir o chamado feito pelos fundadores do movimento internacional socialista que conclamavam a necessidade de união do proletariado: ‘Proletários de todo o mundo, uni-vos!’.
Este ato faz jus à memória dos mártires de Chicago, que há 134 anos deram suas vidas pela Causa da luta da classe operária. Mais do que nunca, é necessário este ato neste momento diante da covardia política das organizações que, dizendo falar em nome dos trabalhadores, em nosso País e em todo o mundo, neste momento miseravelmente adotam uma posição covarde de abandonar a trincheira de luta dos trabalhadores e de fazerem um chamado ao ‘salve-se quem puder’, à política mesquinha, egoísta, própria da burguesia e da pequena burguesia que a acompanha.
O chamado dos trabalhadores, da organização dos trabalhadores, que sempre foi a unidade, a luta, principalmente nos momentos de mais dificuldade, neste momento vem sendo deixado de lado por aqueles que falam em nome dos trabalhadores, por aqueles que, neste momento, seguindo a política da direita, defendem exclusivamente que os trabalhadores têm que ficar em casa e esperar que a burguesia e seus governos resolvam os problemas da classe trabalhadora. Em momento nenhum da nossa história, isso aconteceu. Em momento nenhum da luta dos trabalhadores, nenhuma reivindicação fundamental foi dada de presente através da concessão daqueles que nos exploram e nos oprimem. Tudo aquilo que nós conquistamos foi resultado da luta, da organização, da mobilização dos trabalhadores. E neste momento não vai ser diferente.
Por isso nós convocamos este ato. Para, em primeiro lugar, além da importância, da tradição, da história do 1° de Maio, dizer que nós não conciliamos de maneira nenhuma com a política daqueles que dizem que neste momento nós temos que dar a mão para os nossos carrascos, para os assassinos, para os governos da direita que estão organizando o genocídio do povo, para aqueles que estão distribuindo dinheiro para os banqueiros e esmola para os trabalhadores, que estão deixando os trabalhadores sem testes, sem atendimento, sendo enterrados em valas comuns. De maneira nenhuma, nossa política vai ser de frente ampla e de unidade com esses calhordas, com esses inimigos da classe operária.
Por isso, companheiros, eu queria desejar boas-vindas a todos aqueles que estão aqui conosco, àqueles que vão nos acompanhar pela Internet, pelas dificuldades, porque se nós, que formamos um partido ainda pequeno, com nossas organizações ainda minoritárias, tomamos essa iniciativa, era perfeitamente possível que organizações maiores, que recolhem o dinheiro dos trabalhadores nas eleições e que contam com o apoio da classe operária, convocassem uma ampla mobilização.
Porque não se trata apenas de mobilizar no 1° de Maio. Está colocada daqui para a frente a necessidade de uma Grande mobilização, e este 1° de Maio com certeza vai discutir qual deve ser a política e qual deve ser a perspectiva da classe operária, da juventude, de todos os explorados para a gente enfrentar essa situação.
Bem-vindos ao 1° de Maio classista, de luta, internacionalista e por “Fora Bolsonaro”.