No último dia 1º de março, os trabalhadores dos escritórios digitais do Banco do Brasil, localizados no Cenesp Santo Amaro e Verbo Divino em São Paulo, paralisaram suas atividades contra o clima de terror nessas dependências, onde estão submetidos à pressão das chefias para que cumpram as metas, absurdas, estabelecidas de venda de produtos bancários.
Os funcionários dos escritórios digitais passam por um processo de superexploração, onde o critério adotado pela empresa é pela obtenção, a qualquer preço, pelo lucro, passando por cima dos direitos dos trabalhadores sem que se tenha um mínimo de critério para o desenvolvimento adequado de método de trabalho.
Os métodos são a desclassificação e rebaixamento de funcionários, hão há suporte devido de treinamento, sobrecarga no acúmulo de diferentes funções em que o funcionário é submetido a trabalhar com quatro tipos de mídias simultaneamente (telefone chat, email e Gat), cada trabalhador fica responsável pelo atendimento de mais de 800 pessoas. Para piorar, os trabalhadores estão submetidos, regularmente, ao assédio moral pelo cumprimento de metas e a política de descomissionamentos em que o banco, através dos seus chefetes de plantão, vem retirando as funções comissionadas dos funcionários, passando por cima do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A paralisação que ocorreu nesses dois escritórios digitais em São Paulo com cerca de 250 trabalhadores, com o apoio do Sindicato dos Bancários de São Paulo, foi devido a mais quatro descomissionamentos nesses setores e pelo assédio moral do gestor que humilhou publicamente uma funcionária ofendendo-a e agredindo-a.
A manifestação dos trabalhadores de São Paulo revela a insatisfação latente na categoria bancária, tanto nos bancos públicos quanto nos bancos privados, em relação à política dos banqueiros golpistas de aprofundamento dos ataques aos trabalhadores através das demissões em massa, fechamento de agências, arrocho salarial, descomissionamentos, assédio moral, privatizações etc., para aumentar já fabulosos lucros do setor mais parasitário da economia: os banqueiros.
É necessário organizar imediatamente em toda a categoria uma reação, junto com os demais trabalhadores, e colocar nas ruas uma intensa mobilização contra o golpe, para derrotar a ofensiva dos banqueiros e seus governos.