O golpe de Estado no Brasil tem deixado muita gente da esquerda atordoada. Praticamente toda a liderança política do povo e dos trabalhadores adotou – desde que a burguesia decidiu que retomaria o poder – medidas ineficazes na “luta” contra o golpe. O processo golpista se iniciou anos atrás com as prisões totalmente ilegais e arbitrárias de lideranças do PT no processo do STF conhecido como “mensalão”.
O “combate à corrupção” fez com que processos fraudulentos fossem levados em frente por representantes da direita golpista no sistema judiciário e Ministério Público. Grande parte da esquerda achou mesmo que a corrupção era o “grande mal que assolava o país”. Essa mesma esquerda apoiou a lava-jato, sendo necessário que conversas entre membros da operação criminosa fossem reveladas para que a ficha caísse.
Hoje, analistas da esquerda olham para trás e enxergam os erros cometidos. Virou praxe. Olhar para trás e analisar os erros cometidos, as traições sofridas, a confiança depositada em algum grupo de pilantras que “honrariam” as leis, a pátria, a constituição, a república, mas por algum motivo não o fizeram. O golpe de estado avança nos ataques. Os assassinatos da população pobre e preta pelo estado aumentam a cada dia.
Enquanto a direita age contra o povo, essa esquerda critica os atos da direita sem contrapor as ações direitistas de maneira eficaz, ou seja, na mesma medida. Ao invés de agir, dizem que o negro deve sentir orgulho de sua cor. Como se orgulho fosse ferramenta de luta concreta contra o regime de exploração do negro.
Nesse ambiente de confusão, cabe a um partido operário revolucionário chamar e organizar o povo à luta real e efetiva. A libertação do ex-presidente Lula é fundamental para a derrota golpista e deve ser bandeira primordial de qualquer movimento que se autointitule em defesa dos negros. Para isso, é preciso deixar de lado o sectarismo e o identitarismo que fazem com que alguns movimentos declarem que, por Lula ter dinheiro e ser branco, basta que seus advogados o libertem. Os que pensam dessa forma não enxergam o problema político como um todo, mas apenas seus nichos e suas “casinhas”, sem levar em conta um princípio básico da luta política que é a luta de classes.
Portanto, a luta dos negros é a luta de Lula, é a luta das mulheres, dos LGBT e de todas as minorias. A luta só avançará com a união de todos e a ação como classe social contra a burguesia golpista. Por um amplo movimentos do povo pela liberdade da maior liderança popular do país. Pela luta real nas ruas contra as arbitrariedades cometidas pela direita golpista.
Tição: programa de preto. Todas as segundas na COTV no Youtube:


