Na noite da última segunda-feira (09) houve um debate no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo sobre liberdade de imprensa, jornalismo e democracia. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Jornalistas, a OAB, ABI, Fenaj, Instituto Vladimir Herzog e por centros acadêmicos da USP.
Contou com a presença de diversas personalidades esquerdistas, como o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), os vereadores Eduardo Suplicy (PT) e Sâmia Bonfim (PSOL) e os jornalistas Glenn Greenwald, Leandro Demori (Intercept) e Juca Kfouri.
Entretanto, apesar de ser um ato de esquerda e com a participação de movimentos sociais, um dos convidados que discursou foi o ultradireitista Reinaldo Azevedo, um dos maiores propagandista da extrema-direita no Brasil nos últimos anos.
Em sua fala, o jornalista defendeu o óbvio, o que já não é mais possível negar sem ser minimamente desonesto. “Não há provas contra Lula”, disse.
Essa tem sido a posição de Azevedo há algum tempo, percebendo o desastre que têm sido os sucessivos governos golpistas e a cada vez mais crescente impopularidade da direita.
Ele ficou famoso por escrever os mais baixos ataques contra o PT na Revista Veja, folhetim fascista que foi um dos artífices da propaganda golpista para derrubar Dilma e prender Lula, desde os primeiros anos de seu governo.
Foi Azevedo quem cunhou o apelido “petralha” para os petistas e a esquerda em geral. Tem um histórico de anos de ataques contra os trabalhadores e a esquerda. E agora procura se reciclar, posando de democrata e antifascista.
E a esquerda pequeno-burguesa cai na lábia de Reinaldo Azevedo, apenas porque tem, de maneira demagógica, criticado a Lava Jato e o bolsonarismo. Essa esquerda esquece que Azevedo foi um dos propulsores do bolsonarismo. Com sua propaganda anticomunista feroz, diariamente em diversos veículos de comunicação, ele alimentou o crescimento das ações fascistas e do próprio Bolsonaro.
A esquerda tem que entender que trata-se de uma luta de classes com a direita, e Reinaldo Azevedo, por mais que se apresente como um “direitista arrependido”, é um agente da direita e da burguesia e não merece crédito nenhum por parte da imprensa de esquerda e dos movimentos populares.