A prefeita de Santiago, capital do Chile, Karla Rubilar, informou que o número de mortos nos protestos que estão ocorrendo no país subiu para onze. Além disso, são mais de 1.400 pessoas detidas pela polícia. Um verdadeiro clima de guerra estabelecido pelo presidente Sebastián Piñera e os militares chilenos.
Um novo toque de recolher que pelo segundo dia consecutivo foi decretado na região de Valparaíso. O toque de recolher começou a partir das 20h locais (mesmo horário de Brasília) e foi até às 6h desta terça-feira (22). A medida foi tomada pelo contra-almirante da Marinha Juan Andrés De La Maza, que é encarregado pela região.
O contra-almirante reforçou a presença militar nas cidades de Catemu e Olmué, que foram um dos focos da revolta popular de domingo para segunda-feira.
Guerra contra o povo
Assim como afirmou o presidente chileno, o governo está em guerra contra a população.
“Estamos em guerra contra um inimigo poderoso, implacável, que não respeita nada nem ninguém, que está disposto a usar a violência e a delinquência sem qualquer limite”
Uma verdadeira declaração fascista que revela que a direita não irá recuar diante das manifestações que ocorrem no país.
A declaração ressaltou ainda o papel das Forças Armadas contra a população, principalmente do chefe da Defesa Nacional, Javier Iturriaga. Piñera assinalou:
“É uma batalha que não podemos perder, (por isso) o general Javier Iturriaga, Chefe da Defesa Nacional, pode dispor de 9.500 homens (das Forças Armadas) para garantir a paz, a tranquilidade, seus direitos e sua liberdade”, afirmou cinicamente o homem que assassinou 11 pessoas e deteve milhares.
As manifestações
Os protestos iniciaram na sexta-feira contra o encarecimento do metrô de Santiago. Além disso, os manifestantes lutam contra a política neoliberal de conjunto do presidente Piñera, que aumenta o custo de vida, a miséria e a desigualdade social.
O presidente tentou recuar, informando no sábado, que não ocorreria aumento, mas mesmo assim os protestos continuaram e se estenderam para outras cidades.
A revolta produziu barricadas, saques e incêndios em diversos locais nas cidades, expressando uma radicalização política ainda mais intensa. O estado de emergência, decretado pelo governo, junto ao toque de recolher, foi profundamente combatido pelos manifestantes.
Vôos foram cancelados para o Chile, aulas em mais de 40 cidades também. Além disso, apenas parte do metrô de Santiago (capital) está funcionando. Os fatos revelam uma profunda tendência de luta do povo chileno contra a direita.
É preciso intensificar as mobilizações para derrotar a política direitista em todos os países. Recentemente, no Equador, a direita conseguiu impor um recuo para o movimento contra Lenín Moreno. Mas existe uma tendência continental de luta contra os capachos do imperialismo norte-americano. Por isso, no Brasil, é hora de chamar o Fora Bolsonaro e se juntar aos irmãos chilenos e equatorianos em torno do Fora Moreno e do Fora Piñera.





