Em todo Brasil, diariamente, as mulheres trabalhadoras tem sido atacadas em seus direitos conquistados na base de muita luta. O candidato fascista, Jair Bolsonaro, foi eleito por uma eleição fraudada, em que o candidato da preferência da maioria, Lula, foi preso e impedido de concorrer. Ataques aos direitos dos trabalhadores, prisões políticas e criminalização dos movimentos sociais têm sido a realidade a ser enfrentada no Brasil sob o golpe de Estado.
Bolsonaro e seu governo são os maiores inimigos das mulheres; o golpista colocou no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos uma inimiga das mulheres, evangélica, que quer acabar com todos os direitos, mínimos, como das mulheres decidirem sobre seu próprio corpo. Proibição de anticoncepcionais, da pílula do dia seguinte, proibição do aborto até em caso de estupro, aposentadoria com mais de 65 anos para as mulheres, que, todos sabem, cumprem uma dupla jornada de trabalho, no emprego e em casa. Isso é só o começo: a direita ainda planeja todo um ataque contra a classe trabalhadora, cujas maiores vítimas serão as mulheres: o fim da educação pública, do SUS, falta de emprego e o aumento da repressão contra os trabalhadores.
O governo de Bolsonaro é um governo neoliberal, de miséria, de liquidação dos direitos trabalhistas, de privatização e devastação da economia nacional, e de fim dos gastos sociais do governo. Para as mulheres isso significa serem deixadas à própria sorte, sem creches e escolas para seus filhos, sem saúde pública e assistência de nenhum tipo. A proposta de Reforma da Previdência é um duro ataque à dignidade dos que dependem da assistência do Estado para ter acesso à alimentação, saúde, moradia e acompanhamento pela rede dos Sistema Único de Assistência Social. O governo propõe reduzir o Benefício de Prestação Continuada – BPC para menos da metade do salário mínimo, o que criará um contingente de desamparados, condenados a morte previamente.
No resto do mundo a situação não é melhor. As mulheres compõem a maior parte da massa de miseráveis do mundo. Essa é a verdadeira situação da mulher e não podemos deixar de lado esses problemas fundamentais. É preciso pedir mais direitos, e estar atento para não abrir mais espaço para a repressão da classe trabalhadora.
Nesse 8 de março, em que as mulheres estão prestes a sofrer um brutal ataque, precisamos resgatar a tradição dos partidos que estabeleceram essa como uma data de luta das trabalhadoras, ou seja, a luta por suas reivindicações fundamentais. Nesse sentido, as mulheres precisam se organizar para lutar por seus direitos e contra a sua opressão.
Devemos, no entanto, ter claro que a sua situação não pode ser efetivamente mudada de maneira isolada do resto da sociedade, ou seja, sem promover uma transformação geral da sociedade em que vivemos hoje, o que só pode ser feito pela classe operária e suas organizações de luta. Por isso, as lutas das mulheres devem estar intimamente ligadas à luta contra o capitalismo e pelo socialismo, ou seja, à luta pelo tomada do poder do Estado pelos trabalhadores.
A revolução e o socialismo, o governo dos oprimidos, será obra das trabalhadoras e trabalhadores, da classe operária e de sua mobilização revolucionária, que unifique a maioria dos explorados que vivem sob a opressão da sociedade capitalista, sendo que a mulher ocupa aí um papel de destaque na luta por um governo operário, dos trabalhadores da cidade e do campo, uma vez que ela representa mais metade da população e, portanto, mais da metade da classe operária. Além da questão demográfica, os ataques aos direitos dos mais pobres e dos trabalhadores atinge mais fortemente as mulheres: elas recebem menos quando exercem as mesmas funções que os homens, estão presas às amarras do trabalho doméstico e a todo tipo de preconceito relacionado à imposição de papéis pré-definidos no modelo familiar tradicional, quando grande parte das famílias é chefiada por mulheres, muitas vezes sem a participação da figura masculina.
Neste contexto, o Coletivo de Mulheres do PCO Rosa Luxemburgo realizará um ato-debate em várias capitais do Brasil para debater a ofensiva fascista contra as mulheres.
Participe! Organize-se em nosso coletivo! Venha lutar contra o golpe e o fascismo.