Desde que a direita e a extrema-direita levantaram a cabeça através do golpe de Estado de 2016, a máquina de moer carne negra e pobre tem ganhado mais energia. Consta na fatura do principal órgão de repressão do Estado, a polícia, um aumento de quase 25% do número de mortes.
Segundo levantamento realizado pelo jornal O Globo, houve um aumento vertiginoso das mortes decorrentes de intervenção policial em nove unidades da federação. De acordo com os números do relatório divulgado pelo jornal nesta segunda-feira (26), o estado do Piauí desponta como o único estado em que o índice de homicídios subiu 6% em 2019, juntamente com os assassinatos acumulados pela polícia; no total, contabilizam 32 “autos de resistência” nos sete primeiros meses deste ano, o que significa um aumento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o sociólogo Benedito Araújo, os negros, pobres e de baixa escolaridade são os mais vulneráveis, claro, pois, configuram a maior camada da população que vive nos bairros operários e favelas em todo o Brasil. “É um perfil associado à pobreza, baixa escolaridade e à cor. Essa violência é mais contundente nos jovens que estão dentro desse perfil. Pela visão da sociedade, o negro que mora na favela é considerado bandido, então, pode eliminar. Normalmente são jovens e homens, e isso pode ser percebido até aqui no estado, em que o Centro Educacional Masculino está superlotado”, conclui Benedito.
Está claro que o aumento da opressão contra o negro e pobre tem relação direta com a política da extrema-direita que tem avançado e se perfilando no aparato de repressão do Estado, desde a polícia à burocracia judiciária – de caráter abertamente fascista e perseguidor. O aumento, portanto, é muito grande, quase 25% após a eleição de Bolsonaro; o que mostra que a vitória da extrema-direita serviu de carta branca para a polícia aumentar a repressão contra o povo negro e pobre





