O árbitro de vídeo tem levantado polêmicas a cada rodada no campeonato brasileiro. A última rodada foi cheia delas, anulando três gols só no jogo entre Corinthians e Vasco da Gama. Além da demora na tomada de decisão, o VAR tem tomado decisões polêmicas mesmo ao deixar de atuar em situações em que poderia. Utilizar a tecnologia apenas quando convém é favorecer um time ou outro, principalmente os mais endinheirados. Dessa forma fica claro que o único objetivo de implantar a tecnologia é ajudar os times burgueses.
Nesse sentido, a tecnologia que deveria auxiliar o processo de julgar os lances mais polêmicos do jogo perde seu sentido ao se eximir da responsabilidade em rever cartões vermelhos como, por exemplo, no jogo de Flamengo e Internacional, na última quarta-feira, quando o Colorado teve dois jogadores expulsos. Além disso, tem colocado lenha na fogueira sempre que entra em campo, criando uma tensão intensa entre os jogadores e na torcida.
Outra polêmica foi no jogo entre Internacional e Palmeiras, em que o VAR anulou um gol do Verdão ao perceber uma bola na mão na origem da jogada. O time alviverde poderia colar no Flamengo, na liderança da competição, caso o gol fosse validado. Entretanto, o técnico do Palmeiras, Mano Menezes, afirma que o jogador de seu time foi empurrado, sofreu falta e, por isso, tocou a bola com o braço.
O analista de arbitragem e ex-árbitro, tendo apitado a final da Copa do Mundo de 1982, Arnaldo Cezar Coelho questionou “para que você vai ter um cronômetro cheio de parafernálias se você não vai usar?” em referência ao fato de que o pisão de Gabigol, no jogo entre Flamengo e São Paulo, não tenha sido analisado pelo VAR, uma vez que seria passível de cartão vermelho direto.
Dessa forma ele afirma que, apesar de ser a favor do instrumento, ele não é perfeito e o custo-benefício atualmente não tem justificado a sua implementação. Além da ausência em momentos cruciais para manipular seu resultado, o VAR costuma retardar o jogo em diversos minutos, diminuir o ritmo de jogo e de minutos valiosos.
Assim, o espetáculo do futebol é o maior prejudicado. Um esporte tão dinâmico e popular, se torna algo quebrado, ritmado, muito distante da espontaneidade das massas de trabalhadores em seus momentos de descontração. A democracia do futebol também fica extremamente abalada, visto que fica ainda mais fácil controlar o jogo sob seus instrumentos de manipulação da direita.





