Desempregados com diploma

No Brasil dos golpistas, graduação não garante emprego

Os dados que serão colhidos na sequência, entre 2018 e 2022, podem atingir cerca de um a cada quatro graduados em que o diploma não terá nenhum valor.

De acordo com pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), realizada no período entre 2014 e 2018; a proporção de formados que não consegue emprego na área quase dobrou – passando de 8,2% para 13,8%.

Gustavo Monteiro, técnico do órgão conclui que “o índice preocupa, porque mostra não apenas que esses jovens estão tendo dificuldade em se inserir no mercado de trabalho, mas que também não estão conseguindo postos que exigem ensino superior e conhecimentos específicos naquilo que se formaram”.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizou pesquisa no mesmo período e o percentual de recém-formados que não conseguem trabalho no seu campo de graduação foi mais elevado: mais de 21%.

Ainda de acordo com o Instituto a porcentagem dos jovens que trabalham em sua área já nos primeiros três meses após formados é de apenas 25,49%.

Importante salientar que não ser empregado em sua área de formação significa muitas vezes não ter trabalho correspondente a um graduado. Como emprego de vendedor em lojas, garçom, telemarketing, diaristas, ajudantes de pedreiro entre outros.

As estimativas mais baixas de desemprego estão na casa das dezenas de milhões. E não por coincidência apenas entre os jovens com diploma universitário dobrou justamente o desemprego no período do golpe de estado ainda vigente no país.

Nessa perspectiva, os dados que serão colhidos na sequência, entre 2018 e 2022, podem atingir cerca de um a cada quatro graduados em que o diploma não terá nenhum valor.

Assim, as palavras de ordem Fora Bolsonaro devem tomar manifestações no Brasil como tem acontecido no Chile, em que o estopim do movimento Fora Piñera foi a juventude.

O fato de Lula ter sido colocado em liberdade nesse momento deve ser usado para impulsionar a mobilização contra o golpe. Mesmo porque foram justamente os crescentes atos pela liberdade de Lula em Curitiba e mutirões todas as semanas em feiras e universidades em todo o país que fizeram os golpistas, ao menos momentaneamente, recuarem.

Os comitês de luta contra o golpe que têm realizado esses mutirões e protagonizaram as manifestações em Curitiba em setembro e outubro precisam ser fortalecidos e avançarem em organização a nível nacional.

Por isso, nos dias 14 e 15 de dezembro acontecerá a II Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe e o Fascismo, na Quadra dos Bancários, no Centro da cidade de São Paulo.

 

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