Conforme nós vimos denunciando há algum tempo, Neymar personifica os ataques contra a Seleção Brasileira, que sua vez é a representação dos ataques contra o futebol brasileiro. Isso porque Neymar é o melhor jogador do Brasil e, para o detratores do futebol nacional, que respondem a interesses econômicos poderosos dos monopólios imperialistas, é preciso em primeiro lugar destruir o principal craque do time. Não se trata portanto de um ataque individual, que respeita a determinadas características pessoais de Neymar, mas de uma ofensiva política e econômica que tem objetivos claros.
Nesse sentido, independentemente do comportamento de Neymar, ele será atacado. Ora por fazer uma coisa, ora por fazer outra coisa, mesmo se forem coisas opostas uma da outra. Independe também do próprio jogador, quando Neymar sair do foco, outro jogador – ou mais de um – será alvo de ataques similares.
A perseguição a Neymar é implacável. Já era previsto que, caso a Seleção ganhasse a Copa América, seria dito pelos jornalistas venais da imprensa golpista que o time ganhou porque estava sem Neymar e que portanto, o atacante seria totalmente dispensável. Se A Seleção perder, esses mesmos jornalistas dirão que a derrota é fruto produto da dependência exagerada que o time tem em Neymar.
O comentarista da Fox Sports, Fábio Sormani, em programa após o jogo contra a Argentina, disse que Neymar não deveria voltar automaticamente como titular do time e criticou o fato de Neymar ter ido visitar o vestiário da Seleção para comemorar a vitória. Uma crítica surrealista, mas que mostra bem o nível da perseguição. Fica mais claro ainda a crítica totalmente sem nexo se levarmos em consideração que uma das maiores campanhas contra Neymar é de que ele seria milionário e que portanto não daria a mínima para a Seleção, “só quer mesmo é ganhar dinheiro”.
E conforme o previsto, à medida que o título da competição de aproxima, aumentam os ataques. Vários órgãos da imprensa já insinuam ou dizem abertamente que Neymar não faz falta para a Seleção ou que nem deveria ser convocado. o jornal Extra do Rio de Janeiro, órgão da Globo, publicou uma matéria aloprada com um comentário do “especialista em futebol de botão”, Hamilton do Botão, dizendo: “pelo menos o time é menos individualista e joga melhor coletivamente sem o Neymar. Hoje, ele tem que ser banco”. (https://extra.globo.com, 4/7/19)
Caímos aqui na cláusula de Machado de Assis no conto O Alienista: “preso por ter cão, preso por não ter cão”. Não importa o que seja feito, Neymar e a Seleção serão atacados.