Da redação – Ontem (26), o vice-presidente Hamilton Mourão criticou a medida do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, de impor o lema do bolsonarismo (“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”) nas escolas.
Mourão defendeu a política fascista da execução do hino nacional com a bandeira do Brasil, que lembra a ditadura militar, que ele defende. Porém, o vice-presidente disse o seguinte: “Foi o único problema que o ministro teve quando redigiu isso aí (o lema do governo). É contra a legislação. Você não pode colocar uma mensagem que não é de propaganda governamental a algo que seja ligado à propaganda”.
Há crise dentro dos diversos setores do governo Bolsonaro. Ela é expressa pelo fato de Mourão ter saído a público para criticar a medida de Vélez Rodriguez, que pertence à ala mais radical do bolsonarismo, fascista. Na semana passada, o secretário-geral da presidência, Gustavo Bebianno, saiu do governo, após um intenso conflito, para entrar mais um general em seu lugar, Floriano Peixoto Vieira Neto.
As divergências que têm surgido entre os diversos grupos que compõem o governo demonstram a crise que vive o bolsonarismo, que representa do baixo clero da política nacional. Bolsonaro não está dando conta de levar adiante, com segurança, o projeto da direita golpista, que o colocou no poder. Até porque ele próprio foi colocado na presidência de última hora, pois nunca foi a primeira opção da burguesia para controlar a política do País, justamente por ser um representante do baixo clero. Por isso, a burguesia começa a tentar impor uma política mais “profissional”, com elementos como os militares (entre eles, Mourão), uma vez que Bolsonaro e seu núcleo tradicional não passam de amadores sem experiência na gestão do Estado capitalista.