No embalo dos anúncios de total subserviência do governo golpista de Jair Bolsonaro, aos capitalistas norte americanos, o presidente da General Motors Mercosul, Carlos Zarlenga, anunciou na última sexta-feira dia 18, um comunicado onde ameaça que a montadora poderá se desfazer de suas operações no Brasil, caso “não volte à lucratividade” em 2019.
A ameaça e a mentirosa alegação de falta de lucros, tem como único objetivo, aplicar o aumento da super – exploração aos operários brasileiros com as reformas trabalhistas e a terceirização da mão de obra à todo ramo metalúrgico.
Em outubro passado a revista Forbes (a imprensa dos homens mais ricos e exploradores do mundo), anunciou em suas páginas que a GM mundial bateu recordes de lucro de US$ 2,53 bilhões no 3º trimestre de 2018, segundo a vice-presidente de finanças da GM, Dhivya Suryadevara , a montadora de Detroit conseguiu aplicar preços maiores, principalmente na América do Norte, garantido, inclusive que os ganhos de preços são “absolutamente sustentáveis” e que” Receitas em alta, lucro em alta e margens em alta”, demonstrando a falácia da falta de lucratividade. Além do que a GM é líder do mercado brasileiro com 17,5% de penetração, tendo o carro mais vendido do País nos últimos quatro anos e há menos de um ano, a empresa automobilística informou que iniciara obras para ampliar a capacidade produtiva de São Caetano do Sul de 250 mil para 330 mil veículos anuais.
Na última terça-feira, 22, a montadora se reuniu com representantes dos sindicatos de São José dos Campos e de São Caetano do Sul, bases de duas das cinco fábricas da empresa no Brasil — tem ainda unidades em Mogi das Cruzes (SP), Joinville (SC) e Gravataí (RS) e apresentou um brutal programa de ataque às condições de vida e trabalho dos metalúrgicos e a ameaça de demissão que pode chegar a 20% dos trabalhadores de São Caetano e São José dos Campos.
A pauta, chamada de reestruturação, apresentada em assembleia dos trabalhadores da GM de São José dos Campos, junto ao sindicato da categoria nesta quarta feira, dia 23/01, representa o mais profundo ataque aos trabalhadores desde a ditadura militar.
O roubo contra os trabalhadores atingem praticamente todo acordo coletivo da categoria, inclusive piorando, o que já era ruim, como o aumento da exploração com a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) com revisão de regras de aplicação, prevalência da proporcionalidade, transição pra equivalência salarial e inclusão da produtividade (Absenteísmo), ou seja, quanto menos ganha o trabalhador menor será a PLR, assim como o aumento da exploração com o chamado absenteísmo, ou seja, se faltar, não ganha PLR. Neste primeiro ponto, os ataques continuam, com os patrões anunciando que em 3 anos o pagamento da PLR será de 0% no 1º ano (2019), 50% no 2º e 100% no 3º ano.
Anunciam uma “nova grade salarial” para toda a Planta de SJC para horistas e mensalistas, mas ao mesmo tempo colocam o congelamento salarial para o ano de 2019.
Negociação de valor fixo em substituição ao aumento salarial para os horistas e meritocracia(lambe botas) para os mensalistas, sendo, 0% no 1º ano (2019), 60% no 2º e 100% (da inflação) no 3º ano.
Capitalistas querem o aprofundamento da miséria dos trabalhadores, com a Implementação do trabalho intermitente por acordo individual e coletivo. A terceirização total de atividades meio e fim.
Aumento da Jornada de trabalho para 44 horas semanais para contratações novas, com o lastimável piso salarial de R$1.600,00.
A norte americana propõe a redução do adicional noturno para percentual previsto em Lei (20%), assim como a supressão de pagamento de hora extra, com adicional diferenciado limite de 29,275 horas. Assim como desconsideração de horas extras extraordinárias.
A possibilidade de suspensão do contrato de trabalho (Layoff) é outro atentado. Os patrões querem a volta da escravidão com a exclusão da garantia de emprego aos empregados Acidentados, ou seja, se o peão se acidentar é rua.
Querem demitir os trabalhadores em vias de aposentadoria.
Aplicar o parcelamento das férias de acordo com a reforma trabalhista conforme previsto na draconiana Lei trabalhista aprovada por Temer.
Todos estes são apenas uma parcela de toda a pauta de ataques dos patrões norte americanos da GM. Querem colocar a faca no pescoço da classe trabalhadora, ou “aceitam a escravidão, ou vamos embora”, os trabalhadores devem imediatamente organizar a greve geral de toda categoria metalúrgica no Estado de São Paulo, assim como a imediata preparação de ocupações das fábricas contra a demissão em massa dos trabalhadores.