Ontem, 14 de novembro, o Coletivo Maloqueria Nordeste lançou mais uma música da coletânea “Nordeste é o Topo”. A terceira parte do trabalho é composta por diversos nomes de peso do rap nordestino. Entre eles estão presentes Tribo, Toninho ZS, JP AL e Felype Boka. Se os nomes não soam naturais aos ouvidos de pessoas de outras partes do país é porque, em primeiro lugar, o rap é uma música marginalizada. Além disso, os artistas com mais renome na cena da música nacional residem no eixo Rio-São Paulo.
Não é por um acaso que estas sejam os lugares onde os principais artistas se apresentam. São nestas cidades que a estrutura da capitalismo fez que o dinheiro se concentrasse e, portanto, os nomes mais divulgados são justamente os que surgem vinculados à gravadoras fixadas nestes locais. Entretanto, a música nacional é representada por nomes de peso em todos os locais e o que carecem esses artistas são condições de trabalho.
O que o Coletivo Maloqueria propõe é justamente isso. Ao retomar as origens do rap nordestino, empreendem a tentativa de abranger o acesso à cultura e retratar, com letras de cunho comunista, a perspectiva das periferias da primeira região a ser explorada pelo capitalismo no nosso país. Além disso, o teor ácido das letras fazem críticas explicitas à esquerda pequeno-burguesa, como ao direitista Caetano Veloso. Discutir os problemas da periferia a partir do fortalecimento das gravadoras independentes é uma tarefa que cabe aos trabalhadors. É uma forma de se fortalecer a imprensa operária.
É justamente fortalecendo o trabalho da imprensa independente, comunista e revolucionária que se criam as condições para a tomada do poder pelo proletariado. Difundir as imprensas operárias possibilitam que, na tomada dos meios de produção – incluindo os meios de comunicação burgueses – seja possível extrair dos grandes capitalistas os meios para a produção de conteúdos da melhor qualidade, que estão sob o controle da burguesia.
É por isso que a consolidação do projeto, por meio do lançamento de Nordeste é o Topo 3, afirma essa necessidade. Questionando os coronéis da região, o grupo ataca fascistas e oligarcas como os Ferreira Gomes, a família de Ciro Gomes, e rompe com a censura organizada pelas grandes corporações que nada tem a acrescentar na vida dos trabalhadores, pelo contrário.
Assista abaixo o clipe do último trabalho lançado pelo grupo no Facebook:





