Como já denunciado diversas vezes neste Diário, a cada dia que passa o regime político se fecha ainda mais com o presidente golpista no poder, Jair Bolsonaro. Desta vez, o ataque foi contra a TV Escola fechada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub quando este cancelou a renovação do contrato com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), gestora do canal há mais de 20 anos. A justificativa, como de costume, é a diminuição dos gastos públicos.
Oficialmente, o Ministério da Educação (MEC) lançou uma nota garantindo que o contrato com a Acerp se encerra no fim do ano e não será renovado. A nota ainda afirma que o MEC estuda a possibilidade de as atividades do canal serem exercidas por outra instituição da administração pública.
Já no twitter, o ministro fez demagogia ao posar de defensor dos cidadãos, afirmando que “Já pagamos muito imposto. O contrato, caindo pela metade, era de R$ 350 milhões por 5 anos. Tem coisa melhor a fazer com esse dinheiro. O dia que não tiver, corte-se impostos.” No entanto, Weintraub mente quando afirma que os 350 milhões corresponderiam à metade do valor do contrato, sendo que a verdade é que este seria o valor total, como consta do Portal da Transparência.
A nota da Acerp denuncia a manipulação dos dados por parte do MEC para fundamentar o argumento de diminuição de gastos e acabar com a TV escola. Reforçando a farsa, a associação destacou que o valor do contrato corresponderia a apenas 0,06% do orçamento do ministério previsto para este ano. Além disso, segundo a organização, o contrato de renovação já havia sido aprovado pelos conselheiros do MEC em novembro deste ano, portanto se dizem surpreendidos com o anúncio do governo golpista.
Um aspecto curioso desse fato é que o MEC cancelou a renovação do contrato de gestão da TV Escola logo após anunciar que a emissora exibiria um programa com a participação do guru da extrema-direita brasileira, Olavo de Carvalho. A própria Acerp afirmou que a atual gestão da organização está de acordo com o posicionamento do governo e que “defende os valores do povo brasileiro”. Portanto, não haveria motivo “ideológico” para cancelar a renovação do contrato.
O que a medida dos golpistas deixa claro é que a extrema-direita não admite o livre pensamento por parte da população. Enquanto explora os trabalhadores e deixa o povo na miséria, a direita não vai permitir que esse povo reflita sobre sua condição, portanto vai buscar o monopólio da opinião perseguindo e buscando anular qualquer um que trabalhe pela emancipação da classe trabalhadora seja pela educação ou pela comunicação. Por esse motivo, é urgente a mobilização para colocar os golpistas para fora do poder.