Diante do aumento das ameaças de uma intervenção armada contra o governo nacionalista da Venezuela pelas potências imperialistas, o governo de Nicolas Maduro através de seu chanceler Jorge Arreaza, junto a outros embaixadores em reunião na ONU em Genebra (Suíca), deixou claro que seu país não quer uma guerra, muito menos contra um país-irmão, como o Brasil ou Colômbia, mas se atacados os venezuelanos serão obrigados a se defender. Afirmou ainda que uma guerra contra seu país seria longa e os venezuelanos seriam vencedores, pois suas forças armadas estão preparadas e bem equipadas, possuem mais de 3 milhões de milicianos (militares), além do amplo apoio da população. Arreaza diz “não vamos ficar com os braços cruzados enquanto estão se preparando para nos atacar”, e ainda “temos a obrigação de defender nosso território e estamos preparados para responder”.
As afirmações da diplomacia venezuelana são em resposta à última ameaça contra o país vindas dos Estados Unidos e da vizinha, Colômbia. Na última quarta-feira (11/09), em reunião da OEA em Washington, os EUA invocaram a ativação do TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca) um acordo assinado em 1947 no Rio de Janeiro que é, na verdade uma, porta de acesso do imperialismo estadunidense a intervir diretamente em países latino-americanos, um instrumento de política colonial. O secretário de Estado Mike Pompeo atendeu ao pedido do presidente imaginário (autodeclarado) Juan Guidó, que utilizou como argumentos os exercícios militares das forças armadas venezuelanas convocados por Maduro nas proximidades da fronteira com a Colômbia e o fato do retorno à luta armada pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na última semana terem sido financiados pelo governo Maduro.
É perceptível o estágio de desespero da oposição ao governo venezuelano ao buscar vincular atividades até mesmo de fora da Venezuela ao governo de Maduro. As FARC anunciaram o retorno à luta armada devido ao descumprimento do acordo de paz, assinado em Havana em 2016, pelo governo de Ivan Duque e pela burguesia colombiana responsável pela morte de dezenas de lideranças populares, sindicais e de membros das FARC.
O governo venezuelano tem informado ainda que seu serviço de inteligência tem evidências da atividade de grupos mercenários nas proximidades de sua fronteira e teria informado ao presidente da Colômbia, o qual até agora não teria tomado providências. Nos últimos meses o comando militar venezuelano informou a prisão de diversos mercenários em seu território, os quais organizavam ataques contra a população do país.
Assim, é preciso compreender que todas as ameaças à soberania da Venezuela são ataques contra o povo venezuelano, que elegeu em 2018 como seu presidente Nicolas Maduros Moros e deve ter seu desejo respeitado. A Venezuela tem passado por diversas dificuldades econômicas por conta do bloqueio econômico imposto pelos EUA e tem sido atacada por uma oposição golpista e antinacional que prefere entregar seu país aos monopólios imperialistas do que aceitar conviver com um regime diferente das suas posições e que realiza diversas medidas sociais ao povo pobre do país. Ainda que houvesse um governo ruim, incompetente ou que não atendesse preceitos democráticos, o que não é o caso, nenhum cidadão ou governo de outros países, teria o direito de intervir e se sobrepor à vontade do povo venezuelano.
Desta forma, os trabalhadores brasileiros e suas instituições devem se solidarizar com os irmãos venezuelanos, rechaçar qualquer intenção de intervenção política ou militar na Venezuela, rejeitando assim as garras do imperialismo na soberania dos povos sulamericanos.