Segunda-feira (21), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou sua renúncia e a desistência de tentar formar um novo governo. Netanyahu governava o país há dez anos, e havia governado por outros três anos antes do atual período à frente de Israel. Depois das últimas eleições, criou-se um impasse para a formação de um novo governo. Reuven Rivlin, presidente de Israel, tinha dado até essa semana para Netanyahu, que se mantinha interinamente no cargo de primeiro-ministro, para formar um novo governo. Netanyahu não conseguiu formar novas alianças capazes de sustentar mais um mandato, e cedeu a Benny Gantz a tentativa de formar o próximo governo.
Os números do impasse
Ao todo, Netanyahu tem 55 assentos no Knesset, parlamento israelense com 120 cadeiras, incluindo seu próprio partido, o Likud, e seus aliados religiosos e de extrema-direita. O partido de Benny Gantz, Azul e Branco, chega a 54 cadeiras somando-se a seus aliados. No meio dessa disputa, o ex-ministro das Relações Exteriores de Netanyahu, Avigdor Liberman, tem uma bancada laica independente. Pertencente ao partido de extrema-direita Nosso Lar, Liberman recusa uma aliança com Gantz por causa do apoio de deputados árabes, que formaram uma terceira força no Knesset. Ao mesmo tempo, deixou de apoiar Netanyahu porque se recusa a continuar em uma aliança com os religiosos ortodoxos.
Duas eleições já foram realizadas esse ano em Israel. Agora cabe a Benny Gantz, ex-general que passou a ter apoio dos partidos árabes israelenses desde o mês passado, a tarefa de tentar formar um governo. Caso não consiga chegar a um acordo com as outras forças no Knesset para governar, os israelenses podem ser obrigados a ir às urnas por uma terceira vez em 2019 para eleger novos membros para sua casa legislativa.
Crise política
O impasse indica uma crise política no regime político israelense e expressa uma crise do domínio imperialista sobre o Oriente Médio. Depois da Arábia Saudita, Israel é o principal pilar do domínio dos EUA sobre o Oriente Médio. A instabilidade política nesses dois países, após o fracasso de controlar o Iraque pela força e de dar um golpe na Síria para derrubar o governo de Bachar Al Assad, expõem mais rachaduras no mecanismo de controle sobre a região. Uma expressão da crise do imperialismo no mundo. Diante dessa situação, a tendência da política do imperialismo é de se tornar ainda mais agressiva contra os países atrasados, como a onda de golpes na América Latina demonstrou.





