O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quarta (18/09) que seu governo irá aumentar substancialmente as sanções contra o Irã, solicitando ao seu secretário de Tesouro as providências para tal. Segundo Trump os iranianos são os responsáveis pelos ataques às refinarias da Saudi Aramco (estatal saudita do petróleo) em Abqaiq, ocorridos no último sábado (14/09). As afirmações de Trump avalizam as do secretário de Estado Mike Pompeo e do secretário de defesa Mark Esper que, desde o sábado, atribuem a culpa ao Irã, mesmo antes de qualquer investigação.
O ataque foi reivindicado pelo grupo denominado Houthi do Iêmen no mesmo dia, grupo que combate o governo Iemenita, acusado de cometer ataques contra o próprio povo iemenita, chegando a deixar cidades inteiras sem água e alimento, governo que é apoiado pela Arábia Saudita e os EUA.
O governo do Irã emitiu resposta formal às acusações por meio de uma carta entregue à embaixada Suíça em Teerã nesta quarta (18/09), pois os EUA cortaram relações diplomáticas com o país. Na carta afirma que os ataques contra a refinaria saudita “não são obra do Irã” e ainda que “se um ato for realizado contra o Irã, esse ato imediatamente receberá imediata resposta do Irã e seu alcance não se limitará à origem da ameaça”.
A forma como os EUA tratam situações de conflito, demonstram seu caráter imperialista e violento. Assim como em diversos outros ataques por todo o Oriente Médio, não há qualquer investigação real que seja apresentada. Somente há informações superficiais como: “o ataque ocorreu com drones e é uma tecnologia que o Irã possui ” ou “os Houthi não seriam capazes de fazer um ataque desse tipo”. O “modus operandi” é o de sempre, o governo dos EUA se apressa em afirmar a culpabilidade dos ataques, utiliza somente afirmações, se esquiva de qualquer diálogo diplomático e se apoia em uma campanha dos monopólios da imprensa para manipular a opinião pública contra os países oprimidos pelo próprio imperialismo.
É importante destacar que as tais sanções determinadas pelos EUA, seguidas pelas demais potências imperialistas, não atingem o governo ou os dirigentes políticos de um determinado país. Assim, como acontece neste momento na Venezuela onde a população está pagando com a vida os efeitos do bloqueio econômico imposto pelos EUA, o povo iraniano poderá passar por situação similar. As sanções econômicas que visam sufocar o governo iraniano, atacam diretamente o povo, pois ao restringir o comércio internacional impede o país de adquirir alimentos, remédios, equipamentos hospitalares, produtos químicos etc. É essa a “beleza” da democracia norte-americana que, quando não consegue impor governos subservientes aos seus interesses, utiliza ferramentas econômicas e políticas muitas vezes mais destrutivas que ataques armados.
É preciso compreender que o imperialismo é uma ameaça à autonomia dos povos em todo o mundo. Não haverá real independência, principalmente para países oprimidos, de capitalismo atrasado, cheios de necessidades sociais e econômicas, enquanto houver a ameaça dos países imperialistas.





