Com a escalada dos protestos no Haiti dos últimos dias, o primeiro-ministro Jean-Henry Ceant anunciou, em cadeia nacional, medidas de urgência para conter a crise. No entanto, estas medidas mostram não só um caráter paliativo como repressivo.
O ministro anunciou cortes no orçamento administrativo e sugeriu à Presidência e ao Parlamento que façam o mesmo. Enfatizou, também, que reforçará a luta contra a corrupção e o contrabando. Além disso, condenou a queima da bandeira dos Estados Unidos (um “país amigo”), durante um protesto.
São medidas que no máximo terão algum apelo entre as classes médias e altas, mas estão longe de atenderem aos anseios de uma população acometida por extrema pobreza.
Os protestos exigem a renúncia do Presidente Jovenel Moïse e já fugiram do controle do governo. Acuado, o governo do EUA já retirou representações diplomáticas e o Canadá já fechou sua embaixada.
Uma mobilização de características revolucionárias rompeu o elo mais fraco da cadeia de países latino-americanos. Carros são derrubados e barricadas são montadas, conforme os manifestantes tentam chegar no centro da capital haitiana. Enquanto isso, a população arromba lojas e leva o que pode. Trata-se de mais um povo levado ao fundo do poço pelas medidas “humanitárias” dos imperialistas.