Funcionários do Toca da Raposa 1 entraram em greve nesta quinta (19) evidenciando ainda mais o quadro dramático que vive o Cruzeiro após o rebaixamento do Brasileirão de 2019.
Profissionais que trabalham na cozinha, insatisfeitos com o atraso de salários, não foram trabalhar hoje deixando a categoria de base sem café da manhã e almoço. O clube deve dois meses de salários (novembro e dezembro), além do 13º que também não foi pago.
O clube passa por grave situação financeira, que ao longo de 2019 teve dirigentes e funcionários investigados, além de muita agitação nos bastidores do clube. A princípio, o técnico Adilson Batista continua no comando.
Entre as grandes figuras do elenco, todos tem pelo menos mais 1 ano de contrato a cumprir, mas ninguém têm permanência confirmada. Thiago Neves, por exemplo, chegou a dizer que aceitaria reduzir seu salário.
Os dirigentes do clube chegam a falar em 50% de cortes nos atuais 15 milhões, gastos mensalmente com a folha de pagamento dos profissionais. Valor este que põe o Cruzeiro entre os times mais caros do país.
“Nós não temos condições, nem recurso para manter o elenco com o custo que temos hoje. Vamos trazer jogadores da base, que tem salários mais condizentes do brasileiro em geral”, afirma o presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá.
Explicações não faltam para a inédita queda do clube para a série B. Na reta final do campeonato, quando o clube poderia ter se unido, adotando um discurso positivo para melhorar o ambiente, o que se viu foi umas série de polêmicas. Como no episódio do jogo contra o Vasco, onde o dirigente Zezé Perrela (senador), gestor de futebol do clube, detonou Thiago Neves, atacou a gestão de Wagner e Gilvan(ex-presidente do Cruzeiro) e atacou de forma irônica os salários atrasados.
O troca-troca de técnicos também foram umas das razões que prejudicou o rendimento do clube. Sem prosseguimento de trabalho, o time cruzeirense foi comandado por quatro treinadores ao longo da temporada: Mano Menezes, Rogério Ceni, Abel Braga e Adilson Batista. A constante mudança de técnicos é um ponto em comum entre os clubes rebaixados este ano no Campeonato Brasileiro.
Essa combinação de crises financeiras, dívidas, gestão ruim e relações pessoais mal administradas, culminaram num grande impacto este ano dentro das quatro linhas para o clube mineiro.