Nessa quinta, os servidores de nível básico e médio decidiram manter a greve contra proposta de negociação da gestão Bruno Covas (PSDB). A greve foi deflagrada no início da semana e, durante a assembleia que fechou o viaduto do Chá, em frente à Prefeitura de São Paulo, todas as propostas apresentadas ao comando de greve foram rejeitadas pela maioria dos grevistas. Apenas sete pessoas votaram pela suspensão da greve.
O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindsep), Sérgio Antiqueira, informou que os piquetes continuarão onde já houve adesão. Na segunda-feira ( 11), haverá uma reunião do Comando de Greve às 16 horas e e no dia seguinte será convocada uma novas assembleia às 14 horas.
O secretário de Governo, Mauro Ricardo, desdenhou da greve na imprensa, ironizou a proposta de reestruturação apresentada pelos servidores, que estão sem aumento salarial desde 2013. As perdas salariais acumuladas já superam 39%. Para piorar a situação, a prefeitura não convoca os aprovados nos concursos, aumentando a exploração dos funcionários.
Os representantes do prefeito defendem uma proposta de reestruturação que exclui os aposentados e que já foi enviada para aprovação pela Câmara Municipal, fato, dentre outros, que desencadeou a greve. O valor de R$ 100 milhões apresentado na proposta pela Prefeitura equivale a menos de 0,2% de aumento na folha atual de pagamento. A ampla maioria ficará sem nenhum reajuste em seus salários. A proposta da Prefeitura também não valoriza a formação dos servidores e os anos trabalhados.
A prefeitura tentou arrastar as negociações para o ano que vem. “Nós respondemos que não existe o ano que vem, pois será movido pelo calendário eleitoral”, afirmou o dirigente sindical.
No levantamento do Sindsep o número de unidades com paralisação total ou parcial subiu de 59 na unidades na quarta-feira para para 80 unidades na quinta. A avaliação do comando de greve é que mais de 8.000 trabalhadores estejam participando da greve.
Assim como os funcionários municipais de São Paulo, os trabalhadores de todo o país sofrem com a política de austeridade da direita golpista. Com os ataques aos servidores, todos os serviços públicos conquistados pela população tornam-se precários, atendendo o interesse dos capitalistas que vendem serviços básicos desde os funerários, passando pelos serviços de saúde e de educação. Somente os trabalhadores organizados têm condições de derrotar o projeto de terra arrasada da direita golpista.