O ministério da Economia do governo Bolsonaro, atualmente comandado por Paulo Guedes, a “tchutchuca” dos banqueiros, está pressionando os governos a venderem as companhias estaduais de saneamento. Com esse objetivo, a imprensa burguesa está divulgando uma série de estudos afirmando que a privatização do esgoto resultaria em uma arrecadação de R$ 140 bilhões para o país e garantiria a universalização do saneamento básico até 2033, que seria a data limite apontada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico para a universalização.
A justificativa de que seria necessário arrecadar R$ 140 bilhões para o país é uma aberração. Os golpistas estão prestes a aprovar a chamada reforma da Previdência no Senado – que é, na verdade, o roubo da aposentadoria dos trabalhadores -, reforma essa que está sendo implementada com a desculpa de que o país precisaria cortar gastos. A mesma desculpa foi dada em 2016 para aprovar a chamada PEC do Teto, que congelou o orçamento em 20 anos, de modo a “equilibrar as contas”. Em oposição a essa política de retenção de gastos, a direita golpista permitiu que os bancos e os empresários continuassem sonegando a Previdência livremente e gastou bilhões e bilhões de reais com operações para reprimir a população, como a intervenção militar no Rio de Janeiro.
Se há a necessidade de arrecadar R$ 140 bilhões para que o saneamento básico seja acessível a todos, esse montante não deve vir da venda das companhias estaduais – afinal, já passa dos trilhões de reais o que os capitalistas já roubaram do povo brasileiro desde o golpe de 2016. Além disso, não deve ser levado a sério qualquer discurso por parte da direita defendendo uma medida para universalizar o saneamento básico – fazer isso nunca foi prioridade para a direita, que permite que milhões de pessoas até hoje vivam sem saneamento.
A venda das companhias estaduais é parte de total destruição do país. Junto com os correios, a Petrobras e a Eletrobras, as companhias estaduais de saneamento básico estão prestes a serem entregues praticamente de graça para que os capitalistas possam engordar ainda mais suas contas bancárias. A consequência, portanto, não será a universalização do esgoto, mas sim a diminuição do acesso ao esgoto, uma vez que, com as privatizações, a tendência é que os preços dos serviços relacionados ao saneamento básico aumentem drasticamente.
O fato de que a direita está tentando tirar da população pobre até mesmo o acesso ao esgoto mostra a crise do capitalismo. Há muito tempo, esse modo de produção está apodrecido, sem condições de trazer qualquer progresso social, tendo de recorrer a uma série de artifícios degradantes para se manter de pé – destruição do saneamento básico, retomada da escravidão etc. Por isso, é preciso mobilizar os trabalhadores para romper de uma vez por todas com a farra dos capitalistas, antes que esses acabem com todas as riquezas do mundo. Fora Bolsonaro e todos os golpistas!