Um dos elementos mais bizarros e ridiculamente risível que emergiu no cenário político nacional na esteira da ofensiva reacionária e obscurantista da extrema direita, o deputado federal eleito em São Paulo pelo Partido Social Liberal (PSL), Alexandre Frota, acaba de ser expulso da legenda. Sem muita perda de tempo, Frota já recebeu acolhida no ninho tucano, se vinculando à legenda do PSDB, partido que no Estado por onde o ex-ator de filmes pornográficos se elegeu é controlado pela figura caricata e não menos bizarra de João Doria, atual governador de São Paulo.
Frota deixou a legenda atirando contra tudo e contra todos, mas direcionou sua artilharia particularmente contra Jair Bolsonaro, “eleito” presidente na mesma legenda que acaba de expulsar o ex-ator pornô. Nunca é demais salientar que os dois personagens grotescos e bufões foram “eleitos” sob o signo da maior e mais escancarada fraude eleitoral, em um processo que já está marcado como o mais viciado e manipulado da história recente do país.
No rastro da sua expulsão do PSL – legenda fisiológica que é o guarda-chuva parlamentar da extrema direita nacional – Frota vem fazendo revelações que são emblemáticas sobre a natureza e o significado do atual governo, com foco na figura do presidente fraudulento Jair Bolsonaro. Em recente declaração ao blog do jornalista Guilherme Amado, da Revista Época, o agora tucano Alexandre Frota disse, em relação a Jair Bolsonaro que “muitas vezes ele ficava assustado, com medo da CUT, do PT, do MST, e eu trazia amigos de minha academia para fazer a segurança dele. Eu o buscava no aeroporto, disponibilizava carro blindado. Levei-o a rádios e televisões, levei-o para restaurantes populares. Em Curitiba eu o carreguei nos ombros do aeroporto ao trio elétrico”. Complementou dizendo também que “Bolsonaro se amedrontava com movimentos de esquerda” (Revista Época, 16/08).
As palavras de Frota, no entanto, não soam como novidade para quem recorre à história e aos personagens que nela desfilaram com ares de fanfarrão (Mussolini, Hitler, Franco, Salazar, Pinochet, Stroessner e dezenas de outros) e pose de valentões. A figura diminuta, farsesca e ridícula de Bolsonaro corresponde em toda a sua extensão à descrição feita por seu ex-defensor e ex-aliado de partido. Jair Bolsonaro é o retrato fiel do movimento que lhe deu origem, uma farsa grotesca engendrada pela extrema direita e pela burguesia, apoiado e financiado diretamente pelo imperialismo norte-americano.
Do alto da sua mediocridade, arrogância e pequenez, Bolsonaro ensaia falar grosso com a “oposição” (que na essência não se opõe a ele nem ao seu governo); com a esquerda; com os artistas; com os intelectuais; com os cientistas; com os representantes da cultura, com os movimentos sociais de luta (sindical, operário, popular, estudantil, sem-terra). A verdade, no entanto, é uma só. Por detrás de toda a verborragia, de todo o palavreado ameaçador o que se vê é a figura de um ex-capitão completamente prostrado, pusilânime e amedrontado diante da pujança e da força dos movimentos sociais de luta existentes no país. Em última instância, o temor do presidente obscurantista, de extrema direita e com êxtase de valentia é à esquerda; não a esquerda parlamentar, institucional; a esquerda “Fica Bolsonaro”, que aposta suas fichas nas eleições, sempre fraudadas e manipuladas. O que amedronta, de fato, Bolsonaro e os guarda-costas do regime político serviçal do imperialismo são as organizações citadas por Frota, a CUT, o PT, o MST e o conjunto dos movimentos que ocupam as ruas do país, neste momento levantando a bandeira do “Fora Bolsonaro”; por eleições gerais; pela liberdade do ex-presidente Lula.




