A corrente interna do Psol, chamada Esquerda Marxista, publicou em seu sítio na internet, no último 7 de novembro, um artigo intitulado “Nossa frente única e a deles”, com o objetivo de criticar o que eles consideram erros de várias correntes e grupos da esquerda ao organizar uma frente única e explicar qual seria a concepção correta, marxista da frente única.
Depois de criticar o que consideram frentes oportunistas ou sectárias, a Esquerda Marxista mostra qual seria a forma correta de frente única. “Entendemos a frente única como uma ferramenta para as massas fazerem prevalecer seus interesses sociais mais profundos contra seus inimigos comuns”, é o que explica a Esquerda Marxista. E mais à frente: “essa unidade deve estar baseada em reivindicações que permitam aos trabalhadores agir coletivamente por seus interesses comuns, apesar das diferenças organizativas, tradições e orientações políticas.”
Tudo isso são palavras, mas o que propõe praticamente a Esquerda Marxista? Além de palavras, nada. Na realidade, para o grupo do Psol, a Frente Única não passa de uma concepção abstrata, acadêmica.
Falar em “frente proletária” sem explicar claramente por qual objetivo será essa frente é a mesma coisa que não propor nem fazer nenhuma, na realidade é não lutar.
A Esquerda Marxista não coloca como ponto central a luta pela liberdade de Lula, que agora se transformou em luta pelos direitos políticos de Lula, um perseguido político da direita. Se, como afirmam, uma “frente única proletária” deveria ser a unidade por “seus interesses sociais mais profundos”, a garantia dos direitos políticos do líder mais popular e do maior partido de esquerda do País não estaria nesses interesses? Mas o PT é um partido reformista e conciliador, poderia justificar a Esquerda Marxista. Mas com esse critério, o próprio grupo estaria indo contra o que defende no artigo: “a exigência da frente única proletária se dirige em primeiro lugar, portanto, às organizações e partidos tradicionais dos trabalhadores, uma vez que são eles que congregam a maioria dos trabalhadores organizados.” No Brasil, esse “partido tradicional” só pode ser o PT e Lula.
Em suma, a Esquerda Marxista defende uma “frente proletária” mas não defende nenhuma reivindicação central para a luta proletária. Não defendem a luta pelos direitos políticos de Lula, assim como não defendiam a sua liberdade e portanto não levam até o fim e de maneira consequente a luta contra a direita e pela derrubada de Bolsonaro.





