Fora da África, Rio de Janeiro terá maior coleção de arte Iorubá

A partir de agosto, o Rio de Janeiro receberá a maior coleção de arte iorubá fora da África. A mostra ficará em exposição na Casa de Herança Oduduwa, um espaço de exposições que oferece aulas de língua iorubá e possui um centro de estudos e um teatro.

Com o intuito de aproximar as culturas brasileira e iorubá, o empresário Adeyeye Enitan Babatunde Ogunwusi, escolhido rei de Ifé, Ojala II, em 2015 e considerado a maior autoridade religiosa e tradicional do povo iorubá, fez um esforço pessoal para trazer esta coleção com peças milenares ao Brasil.

A ideia de trazer a coleção para o Brasil surgiu em 2017 quando o rei iniciou uma campanha com o intuito de agregar os iorubás que estavam em diferentes partes do mundo. Na época, um diretor de tevê solicitou que os iorubás gravassem e enviassem saudações pelo celular. A mensagem que chegou do Brasil tinha  o Monumento a Zumbi dos Palmares, com 3 metros de altura e 800 quilos de bronze como cenário e chamou a atenção do rei.

Localizado no canteiro central da Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, a força e beleza do monumento fizeram com que o próprio rei de Ifé tivesse interesse em ver a escultura pessoalmente. Em junho de 2018, ele, juntamente com outros reis e rainhas africanos, esteve no Brasil para uma série de encontros em Salvador e no Rio de Janeiro. A comitiva reconheceu na cabeça de bronze do Monumento a Zumbi as mesmas feições do Rei. Logo após esta visita, o rei de Ifé decidiu enviar para o Brasil não as cópias ou reproduções, mas as peças originais do acervo milenar da cidade sagrada.

O fato do Brasil receber a maior coleção de arte iorubá fora da África evidencia as origens africanas do Brasil e, também, o desconhecimento dos antepassados africanos pelo povo brasileiro. Exposições como esta não apenas aproximam as culturas iorubá e brasileira como também permite pensar sobre nossas origens, nossa herança histórica , nossas feições.

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