A Fiocruz de Pernambuco emitiu uma carta no início pedindo estado e emergência em saúde pública devido aos perigos do petróleo que contamina as praias nordestinas nestes últimos meses.
Na carta eles alertam para os riscos reais que o petróleo cru representa na contaminação dos peixes e do restante da vida marinha da região. Os prejuízos são incalculáveis para a saúde da população, para o meio ambiente e para a atividade econômica, principalmente dos pescadores, mas também dos que vivem do turismo.
Os pesquisadores denunciam também a falta de pesquisa sobre quais são os componentes deste óleo em específico, mas alertam que os elementos mais prováveis, como os solventes, são altamente perigosos. A remoção de óleo está sendo feita de maneira improvisada, emergencial, pela própria população local, e por isso não há garantias de que o óleo esteja sendo levado a lugares seguros, ou eliminado da maneira correta.
O desastre ecológico permanece incalculável, pela falta de ação do governo. Mas provavelmente este óleo já esteja contaminando os extensos corais da região, que servem como abrigo, alimento e local de acasalamento da vida marinha local. Além de ser letal, esta contaminação também se espalha pela cadeia alimentar de aves e peixes maiores. A contaminação humana pode se dar não apenas pela alimentação, mas também através da água contaminada, através da inalação dos gases liberados, ou absorção direta da pele.
Enquanto o governo permanece passivo, acobertando os responsáveis pelo vazamento e enganando a população quanto à segurança da praias e da atividade pesqueira, o óleo se espalha da Paraíba e Pernambuco em direção a Sergipe, Alagoas e Bahia.
A carta pode ser lida na íntegra neste link: http://cebes.org.br/2019/10/carta-pela-declaracao-de-estado-de-emergencia-em-saude-publica-diante-os-perigos-da-exposicao-ao-petroleo-nas-praias-nordestinas/