Segundo o secretário da Associação de Jovens Indígenas Pataxó, Emerson Pataxó, membros da Aldeia Barra Velha, situada em Porto Seguro, ouviram o barulho do motor de um carro que circulava em alta velocidade na madrugada de quinta-feira, dia 14 de novembro. O motivo seria a provável fuga dos responsáveis por ocasionar um incêndio no centro de rituais da aldeia que foi reduzida a cinzas pouco tempo após os Pataxós realizarem um ritual mensal em reverência à lua cheia.
A Aldeia Barra Velha é considerada para o povo Pataxó como a mãe de todas as outras, visto que esta é uma das mais antigas, sendo organizada no período pós-colonização portuguesa na região. Portanto, ela é um símbolo da história do próprio povo em um território de quase 54 mil hectares de área de preservação que corre risco a cada ataque que a extrema direita realiza contra os Pataxós.
Esse ataque da direita bolsonarista foi mais um acontecido após uma série de ameaças recorrentes de cunho religioso, mas que tem um fundo puramente econômico visto que as praias da região tem potencial de exploração turística. O avanço provém, portanto, dos latifundiários que desejam aumentar ainda mais a concentração de renda através da exploração da terra.
A região é alvo ainda da Justiça uma vez que Emerson Pataxó relembrou o caso de Ponta Grande. Lá a Justiça Federal direitista ordenou ao menos duas vezes o despejo de famílias indígenas que residem na área. Estudiosos afirmam que na área, devido ao choque de interesses entre índios e burgueses, a especulação imobiliária tende à ser crescente.
O que acontece é que, devido à baixa exploração nos anos mais recentes, a região se manteve preservada e por isso a burguesia, em sua ânsia de exploração e enriquecimento, incrementa a política de devastação das vidas dessas populações para que a cada dia haja uma resistência menor aos seus interesses.
Em maio desse ano houve ainda um incidente envolvendo três indígenas da aldeia Barra velha em que foram vítimas de um cerco da milícia fascista que invadiu a comunidade por ordem de seus financiadores para atirar na população.
A questão deve, portanto, ser resolvida da mesma forma como em todos os casos em que a milícia fascista opera em uma região. Comitês de autodefesa devem se organizar para combater com sua próprias mãos os bandos de capatazes da burguesia latifundiária. Assim, será possível desarticular estes grupos milicianos de direita e propiciar um clima de segurança real à toda comunidade.





