Guilherme Boulos, embora sob protestos de correntes dentro do PSOL, foi candidato do partido à presidência em 2018, depois de ter se filiado ao partido depois de se lançar candidato, ficando com 0,58% dos votos ao final das eleições. Foi o pior resultado do PSOL em eleições presidenciais, e expressou a política de participar de um processo eleitoral controlado pelos golpistas depois da queda de Dilma Rousseff em 2016 apresentando esse processo como legítimo. Em qualquer caso, como último candidato ao principal cargo político do país, Boulos tornou-se um representante do partido no qual entrou às vésperas das eleições. E na qualidade de representante oficial do PSOL, foi convidado pelo sítio de direita Spotniks para “ler e comentar alguns tweets aleatórios sobre ele e o PSOL”.
Entre os tweets lidos por Boulos comentados no Spotniks, estava uma postagem do PCO, que dizia o seguinte: “O PSOL especializou-se em ser o lado esquerdista da medalha do golpe. Para tudo que os golpistas defendem, lá está o PSOL fornecendo um ar de esquerda democrática para uma política direitista e antidemocrática. O PSOL é uma espécie de complemento para a direita golpista.”
Uma colocação do PCO que pode ser ilustrada com muitas posições apresentadas por setores do PSOL (somos obrigados a falar em setores porque não existe uma posição do partido sobre nada). Alguns exemplos contundentes são o apoio de figuras como Luciana Genro à Lava Jato, que foi ao mesmo Twitter dizer “Viva a Lava Jato!”, ou de Jean Wyllys a Israel, ou ainda, Jean Wyllys fazendo coro com o imperialismo ao condenar o governo da Venezuela, em plena campanha golpista para derrubar o governo venezuelano.
Cunha na cadeia, vitória contra a corrupção! Viva a Lava Jato!
— Luciana Genro (@lucianagenro) October 19, 2016
Essas críticas são bastante específicas e políticas. Pode-se discordar delas, debater em torno delas, apresentar contra-argumentos, mas não se pode de forma nenhuma reduzi-las a “para o PCO todo o mundo é traidor e golpista, e direitista, menos o PCO”, como faz Boulos no canal direitista do Spotniks.
E Boulos não para por aí. Termina sua consideração dizendo que “ninguém leva a sério” o PCO. Não se trata de um argumento, ou de um debate, mas de um mero insulto. Diante de uma crítica política, Boulos devolve um insulto. Esse é o método direitista de discutir política, tentar ganhar no grito, tentar calar os adversários com ataques despolitizados. É o mesmo que fazem os bolsonaristas sistematicamente, quando procuram desqualificar todos que os denunciam ou criticam. O PSOL especializou-se em ser o lado esquerdo da medalha do golpe.