Na terça-feira (17), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com o Sindicato dos Padeiros e o Sindicato dos Comerciários organizou um mutirão com o objetivo de oferecer 5,2 mil postos de trabalho além de vagas temporárias para o final de ano. O mutirão está sendo realizado em frente ao Sindicato dos Comerciários, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo e vai até sexta-feira (20). Participam 42 empresas.
Os organizadores esperam atender 1,5 mil pessoas por dia até a próxima sexta-feira (20). As senhas são distribuídas a partir das 8 horas. As vagas são para os cargos de repositor de produtos, caixas de supermercados, portaria, conserto de carros e limpeza.
Os candidatos a uma vaga de emprego começaram a chegar na tarde da segunda-feira (16). De acordo com matéria publicada no Estadão, vários candidatos apareciam com lençóis para passar a madrugada na fila ou maquiagem para disfarçar as olheiras causadas pelo cansaço, pelas horas de espera na fila.
O primeiro candidato a chegar na fila foi José Roberto Domingos, 50 anos, morador da Parada de Taipas, na zona norte de São Paulo. Ele chegou às 13h40 da segunda-feira. José conta que estava entregando currículos no centro de São Paulo e resolveu passar no Sindicato dos Comerciários para saber quando aconteceria o novo mutirão. Ao ser informado que seria no dia seguinte, decidiu enfrentar a fila. Desempregado desde maio de 2018 por causa de um corte de gastos na empresa onde trabalhava, atualmente vende água na rua para sobreviver.
Assim como ele, muitos brasileiros vivem nessa situação desde 2016 quando um governo golpista tomou conta do País. Atualmente, com Bolsonaro na presidência, a recessão é cada vez pior. Conforme apontou a pesquisa do IBGE, há um aumento da precarização do trabalho e uma diminuição dos salários. Além disso, o número de pessoas que trabalham por conta própria passou para 24,1 milhões. Deste total 42% recebem o valor equivalente a menos de um salário mínimo mensal. Os empregos sem carteira assinada aumentaram 3,4%.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, ligada à ONU, esse arrocho salarial é o resultado da “imposição, pela reforma trabalhista de 2017, de um arcabouço jurídico regressivo aos trabalhadores baseado na retirada de direitos e que consolidou um quadro de desproteção ao trabalho, repressão violenta a greves e protestos e intimidação de lideranças”.