Nesse domingo, o presidente do BNDES, Joaquim Levy, enviou carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, pedindo demissão do cargo. Segundo a imprensa burguesa, o pedido de renúncia teria sido motivado pela declaração do golpista Jair Bolsonaro ameaçando demitir Levy caso ele não demitisse Marcos Barbosa Pinto, que havia sido recém nomeado por Levy como diretor de Mercado de Capitais. “Eu já estou por aqui com o Levy. Falei pra ele demitir esse cara na segunda-feira ou eu demito você, sem passar pelo Paulo Guedes”, afirmou Bolsonaro na tarde de sábado.
Antes da carta de Levy, o próprio Barbosa Pinto enviou carta de renúncia no sábado. Tudo indica que o descontentamento de Jair Bolsonaro com a nomeação de Barbosa Pinto venha do fato de que ele foi assessor do BNDES durante o governo do PT. O que evidencia que na realidade o ataque contra Barbosa Pinto era endereçado mesmo ao próprio Joaquim Levy que muito mais do que um simples cargo foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff.
Ao contrário do que as declarações de Bolsonaro insinuam, Levy e sua turma não são parte da esquerda, nem mesmo têm ligações reais com o PT. Eles são representantes diretos do banqueiros que procuram impor ao país a devastação neoliberal, por isso Levy era um nome de confiança do neoliberal Paulo Guedes. Levy foi diretor do Banco Mundial, do FMI e do Bradesco.
A queda de Levy é a primeira baixa no Ministério da Economia, o que revela que a crise pode estar tomando proporções que podem sair do controle da burguesia. A economia é talvez o único setor que unifique a burguesia. Essa unidade é necessária para implementar os ataques contra o povo como a reforma da Previdência, que encontra muitas dificuldades para ser aprovada.
Se a crise se aprofundar no Ministério da Economia, será um sinal ainda maior do enfraquecimento do governo Bolsonaro.