Enquanto o presidente do Banco Itaú, Cândido Bracher, comemorou na imprensa golpista, ontem, que “a situação está tão
boa como [ele] nunca viu em sua carreira”, os dados econômicos divulgados ao longo da semana, explicitavam – em contrapartida – que a situação da economia brasileira está descendo ladeira abaixo, sem freios.
Junho registrou queda de 5,9% na produção industrial, em relação ao mesmo período do ano passado, mostrando o êxito da política do regime golpista e do seu governo ilegítimo, de Jair Bolsonaro, em destruir a indústria nacional em favor do grande capital imperialista, destacadamente o norte-americano.
Em um País capitalista atrasado, dependente da exportação de comodities, o IBGR anunciou também que a balança comercial Balança comercial teve superávit de apenas US$ 2,29 bi em julho, menor saldo para o mês em 5 anos, de acordo com o próprio governo. No acumulado dos sete primeiros meses de 2019, houve uma queda de 16,3% em relação ao mesmo período de 2018 e, na comparação com julho do ano anterior a queda na balança comercial foi de 40,09%.
Além do presidente do Itaú e de outros banqueiros, o governo também recebeu – nessa semana – rasgados elogios do presidente norte-americano, Donald Trump. Merecidos. O imperialismo só tem o que agradecer aos serviços prestados pelo governo no sentido da destruição da economia nacional, que abre espaços para uma maior penetração e domínio do capital internacional sobre a combalida economia brasileira. Não por acaso, os norte-americanos, seguindo passos dos europeus, falam de estabelecer “acordos” de “livre comércio”, para permitir que os produtos dos grandes monopólios dominem completamente o mercado, cada vez mais débil, do Brasil.
Para ficar ainda melhor, para os mesmos, o governo anunciou que pretende avançar com a privatização do que restou da devastação da famigerada era FHC, colocando de imediato na mira os Correios, a Caixa e a Eletrobrás, entre outras.
Estes e muitos outros dados evidenciam que não são apenas palavras, bravatas e ataques – cada dia mais violentos – aos direitos democráticos que estão em jogo. E que Bolsonaro, se forma alguma (como diziam de Hitler) é apenas um “louco”, que age de forma impensada etc. Seus ataques e as ações criminosas que impulsionam – contra trabalhadores, sem terras, negros, indígenas, mulheres, homossexuais, enfim todos os explorados – compõem uma ofensiva ultra reacionária que está totalmente em sintonia com os interesses dos setores mais poderosos da economia “nacional” e internacional, ainda que que gerem atritos e divergências internas na burguesia, em um momento de avanço da crise histórica do capitalismo em todo o mundo.
Por isso mesmo, o fim do governo Bolsonaro está na ordem do dia, neste momento, cada vez mais. E não é uma questão paras 2022 ou par ao “dia de são nunca”, como propõem setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa que se colocam ao lado do “centrão”, até mesmo contra o impeachment, discutido abertamente na imprensa burguesa e por outros setores da burguesia.
Cresce a pressão sobre o governo e, por isso, o impeachment coloca-se como opção no cenário político. Uma discussão parlamentar e institucional para a crise gerada pelo próprio golpe de Estado, que não se encontra sob controle dos trabalhadores. Uma “saída” que, se efetivada, embora representasse uma derrota provisória do governo, representaria também uma manobra da burguesia para tentar contornar a crise do regime político, tal como se deu com o afastamento de Fernando Collor de Mello, pelo Congresso Nacional, com sua substituição pelo vice, Itamar Franco.
Os trabalhadores e suas organizações, precisam – cada vez mais – colocar em discussão e como eixo de sua mobilização uma saída própria, que represente uma derrota cabal do regime golpista, uma da derrota da ofensiva que vem destruindo a economia nacional e das condições de vida de cerca de 200 milhões de brasileiros.
É preciso superar a politica de capitulação diante da direita e de colaboração com a burguesia golpista e com suas “saídas”. Pelos próprios meios, com suas armas, como a mobilização nas ruas, greves e ocupações, a classe trabalhadora precisa
intensificar e transformar em uma grande mobilização as tendências cada vez mais presentes a uma luta pela derrubada do atual do governo, pelo “fora Bolsonaro”. Além disso, é preciso exigir novas eleições gerais, livres e democráticas, para que o povo possa decidir, sem uma nova fraude eleitoral.
E para impulsionar essa mobilização e derrotar o governo, a luta pela anulação dos fraudulentos processos da operação lava jato e pela liberdade de Lula, tem ainda maior importância. Lula precisa estar livre e ser candidato, em eleições gerais que sejam um marco da queda do regime golpista e abra caminho para uma nova etapa.





