O presidente do Chile, Sebastian Piñera, tentou conter as manifestações no Chile com as mesmas manobras utilizadas recentemente por outro presidente da região, Lenín Moreno, do Equador. Piñera procurou apaziguar os ânimos dos manifestantes com um ridículo pedido de desculpas em um pronunciamento oficial, ao mesmo tempo em que vigorava um toque de recolher e o estado de emergência nas ruas. Reconhecendo a gravidade da situação, Piñera anunciou uma série de medidas sociais, em um reconhecimento involuntário de que quase cinco décadas de neoliberalismo no Chile tornaram a vida muito difícil para as massas no país.
O objetivo das medidas econômicas e das desculpas era repetir o que Lenín Moreno conseguiu fazer no Equador: levar os protestos a pararem. O efeito, contudo, foi exatamente o contrário. As manifestações estão crescendo ainda mais. Milhares de pessoas tomaram as ruas novamente na quinta-feira (24), segundo dia de uma greve geral de dois dias convocada pela CUT chilena.
Trabalhadores nas ruas
Há um desenvolvimento em relação ao que aconteceu no Equador nas mobilizações chilenas. Enquanto as manifestações equatorianas foram lideradas por movimentos indígenas, de camponeses, que acabaram entrando em um acordo com o governo, enquanto a esquerda mantinha uma postura omissa e conciliadora, no caso do Chile a classe trabalhadora entrou no movimento por meio de sua maior organização nacional. As concessões sociais de Piñera não adiantaram nada para conter o movimento, e os protestos só ficaram ainda maiores.
Além de reivindicações econômicas, a CUT exige também a suspensão do estado de emergência e o fim da repressão. A central tem também uma reivindicação política de realização de uma Assembleia Constituinte.
América Latina em chamas
Toda a América Latina foi vítima de uma onda golpista dirigida pelo imperialismo. Essa onda continua até agora, com o objetivo de controlar todo o continente e submeter os povos latino-americanos. Na Bolívia e na Venezuela essa campanha golpista da direita dirigida pelos EUA está em pleno andamento. Em outras países, porém, a população já está reagindo a governos neoliberais impostos durante essa onda golpista. Esse foi o caso do Equador, em que houve uma explosão popular contra o governo, e é o caso do Chile que agora está abalado por uma revolta popular. Isso é uma reação às políticas neoliberais.
No Brasil, essa tendência a reagir às políticas neoliberais, por aqui implementadas por Jair Bolsonaro, também é latente. As palavras de ordem de oposição a tudo que esse governo representa já estão nas ruas: liberdade para Lula! Fora Bolsonaro! É hora de tomar as ruas contra a direita golpista.





