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“Bolsa de valores” do futebol decreta: Neymar o melhor do mundo

A imprensa golpista e pró-imperialista, tanto a nacional como a estrangeira, há alguns anos vem sustentando uma campanha sistemática contra o jogador brasileiro Neymar. São ataques dirigidos não só contra o futebol praticado pelo atacante, como aqueles que dizem que “Neymar é cai-cai” ou “Neymar prende demais a bola, é egoísta”, mas também contra a sua vida pessoal, ou mesmo contra o seu caráter ou personalidade, exemplificados no recorrente “Neymar é mimado” ou então no “Neymar ainda é um menino, e não um homem”, “Neymar não é profissional” etc. Há também a versão esquerdista desses ataques: “Neymar é bolsonarista, é de direita”, “Neymar é um milionário, um burguês”, “Neymar é um alienado, não tem consciência política”, e assim por diante.

Mas, enquanto essa campanha se desenrola, enquanto se tenta caluniar e desmoralizar o craque brasileiro, o mercado de transferência de jogadores, a “bolsa de valores” do futebol, trata de esclarecer as coisas: não existe jogador mais valorizado e cobiçado do que Neymar.

Desde o início da janela de transferência do futebol europeu deste meio do ano, Neymar parece uma pedra preciosa disputada a tapas e pontapés pelas potências econômicas europeias. Barcelona e Real Madrid, dois clubes que estão no topo da cadeia alimentar dos negócios do futebol, travam no momento um duelo incerto para ver quem contrata o jogador mais desequilibrante da atualidade. A situação se assemelha àquela em que dois ricaços competem, lace a lance, num leilão, pelo quadro mais belo de Picasso.

A últimas notícias, vindas da Espanha, dão conta que o clube de Madrid realizou uma proposta oficial de 120 milhões de euros (536 milhões de reais) mais a cessão do passe de Luka Modric, atual ganhador da Bola de Ouro e do prêmio de melhor do mundo da FIFA. Além de Modric, os merengues cogitam incluir outros jogadores que estão longe de serem baratos, como o atacante galês Gareth Bale, cuja contratação em 2013 pelo time da capital foi a mais cara da história na época, e o goleiro costarriquenho Keylor Navas, que foi titular do time por muitos anos.

O Barcelona, todavia, dá mostras de que não desistirá do brasileiro e, frente à ofensiva madrilenha, já iniciou um contra-ataque. O jornal catalão Sport, em publicação nesta sexta-feira (09/08), informa que pessoas ligadas ao Barcelona entraram em contato com o entorno do brasileiro pedindo que ele tenha paciência e aguarde uma nova investida do clube catalão, antes de aceitar qualquer outra proposta. O plano aqui seria envolver Philippe Coutinho na oferta por Neymar, uma vez que o meia brasileiro tem valor de mercado na casa dos 90 milhões de euros (398 milhões de reais), ao passo que Modric, oferecido pelo Real Madrid, valeria meros 20 milhões de euros (88 milhões de reais).

Enquanto essa briga de foice entre tubarões do futebol não termina, fica a pergunta: por que dois dos clubes mais poderosos da Europa, dois dos clubes que integram o restrito círculo que domina o futebol no mundo inteiro, estão disputando tão louca e agressivamente a contratação de um jogador “mimado”, “individualista”, “avesso ao profissionalismo”?

A resposta é muito simples: os clubes, na verdade, não estão brigando por um jogador “mimado”, “individualista” e “avesso ao profissionalismo”. A disputa, aliás, nem louca e agressiva é. Trata-se antes de uma disputa absolutamente natural, levando-se em conta o quilate do jogador em questão e a posição dos dois clubes no mercado mundial atualmente. “Natural”, aqui, significa aquilo que corresponde às leis de funcionamento da economia capitalista atual. Na etapa econômica atual, é “natural” que os melhores jogadores, os jogadores mais talentosos, sejam disputados, por quantias astronômicas, por alguns poucos clubes que são verdadeiros monopólios econômicos do futebol. Não há espaço, portanto, para análises moralistas.

As campanhas midiáticas de ataque a Neymar, e ao futebol brasileiro em geral, também cumprem uma função econômica: buscam reduzir o valor monetário do jogador, não só de Neymar, mas dos jogadores brasileiros em geral, para facilitar a sua compra pelos grandes clubes do imperialismo europeu. É o mesmo mecanismo que vigora com qualquer outra mercadoria na relação entre a economia de um país oprimido e a economia de um país imperialista. As altas quantias envolvidas em torno de Neymar só demonstram que nem os ataques e as perseguições contra o jogador têm conseguido rebaixar o seu valor no mercado. Isso ocorre porque Neymar é uma mercadoria rara e única, uma mercadoria que abriga um conteúdo cultural original, o conteúdo cultural expresso naquilo que o futebol brasileiro tem de melhor a oferecer, um conteúdo que, no final das contas, não se encontra nas paragens europeias. Não é por outro motivo que afirmamos que Neymar é o melhor jogador do mundo.

 

 

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