O presidente da Bolívia, Evo Morales, venceu mais uma eleição. Com 47% dos votos, Morales derrotou seu adversário Carlos Mesa, que ficou com 36,5% dos votos. Na Bolívia, para vencer no primeiro turno é preciso ter 50% dos votos mais um, ou ter mais de 40% dos votos e uma diferença em relação ao segundo colocado maior do que 10%. Dessa forma, Morales foi eleito no primeiro turno para um quarto mandato, em um dos últimos países em que o imperialismo ainda não conseguiu impor um governo neoliberal para esfolar a população com um programa neoliberal.
Campanha golpista
A vitória de Evo Morales no voto disparou uma imediata resposta golpista do imperialismo na Bolívia. União Europeia e OEA apareceram exigindo um segundo turno, apesar do resultado e das regras das eleições na Bolívia. Uma exigência cheia de insinuações e mal intencionada, para justificar a apresentação de Evo Morales como um ditador daqui pra frente. É a mesma estratégia que vem sendo usada para tentar derrubar o governo da Venezuela, do presidente Nicolás Maduro, que tem se mantido no poder apesar de todo o assédio do imperialismo graças a um amplo apoio popular.
A fraude de Mesa
Ligado ao imperialismo, Mesa, que já foi presidente da Bolívia entre 2003 e 2005 e teve que renunciar porque seu governo era muito impopular, está cumprindo um papel de agente golpista na mais nova ofensiva da direita teleguiada na região. Derrotado nas urnas, Mesa acusou Evo Morales de fraudar as eleições. Essa tem sido a saída da direita sem votos em diversos países da América Latina: recorrer ao golpe de Estado para superar a falta de votos.
E assim, não reconhecendo as eleições e acusando o governo de fraude, a direita vai procurar mobilizar setores de classe média para realizar coxinhatos, que poderão servir de fachada de apoio popular a um golpe dado com apoio de setores das Forças Armadas e de entidades internacionais. O roteiro do golpe de direita já está delineado, de modo que agora o embate contra a população boliviana está colocado de forma explícita.
Embate continental
O embate que está se desdobrando na Bolívia é expressão de um confronto continental que está em andamento. Desde a crise de 2008, o capitalismo entrou em uma nova etapa de crise que está levando a uma crise política em toda a região. O imperialismo procura dominar toda a região com golpes de Estado, para intensificar a exploração dos países atrasados com governo capachos e neoliberais. Nesse quadro, a luta de classes está ficando mais intensa, e em vários países em que o golpe já foi concluído revoltas contra o governo explodiram, como no Chile e no Equador. Está aberto um período de grandes confrontos entre o povo latino-americano e o imperialismo.





