Mais uma liderança indígena é assassinada pela extrema direita durante essa semana. Um dia após fascistas emboscarem e assassinarem dois indígenas da etnia Guajajara no Maranhão, Humberto Peixoto de 37 anos foi morto a pauladas quando voltava para sua casa às 15 horas, no último dia 02/12/2019. A brutalidade da ação e a proximidade dos eventos indica que há um acordo entre os membros da extrema direita para realizar cada vez mais ações contra a população brasileira, como meio de intimida-la.
Humberto morava na região de Manaus (AM) trabalhava na Cáritas Arquidiocesana como assessor das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARNI). Deixa esposa e uma filha de 5 anos.
É importante ressaltar o modo como Humberto foi assassinado para demonstrar a brutalidade com que age a extrema direita e como eles não estão para brincadeira. Não podemos esperar que tudo passe dentro da normalidade com uma escalada de violência tão grande contra a população trabalhadora, os negros, indígenas, mulheres e a população LGBT. Na mesma semana ocorreram reintegrações de posse contra sem terras, mais assassinatos contra indígenas e o massacre de Paraisópolis.
Enquanto isso, a esquerda capitula diante da direita e aprova o pacote anticrime de Sérgio Moro com minúsculas alterações, comemorando o fato e dizendo que a direita sofre uma derrota com isso. O que vemos é que ao mesmo tempo em que o governo fascista e ilegítimo se encontra em crise, o que possibilitaria ainda mais a mobilização pela sua derrubada, a esquerda pretender capitular na esperança de conseguir algum cargo eleitoral em 2020 e 2022. Humberto não teve como esperar até 2022 e faleceu de uma das piores formas possíveis, com vários ferimentos pelo corpo, afundamento e perfuração do crânio.
Não devemos esperar até 2022. Precisamos mobilizar a população pelo Fora Bolsonaro e formar grupos de autodefesa para afugentar os fascistas e impedir que mais casos como o de Humberto aconteçam.