Amazônia: patrimônio comum?

Os incêndios na região amazônica aprofundaram ainda mais a crise do governo Bolsonaro. Ao acenar à sua base de extrema-direita, composta, entre outros, por grileiros e fazendeiros, Bolsonaro acabou por provocar uma queimada de grandes proporções na maior floresta tropical do mundo. Diante disso, o imperialismo, levando a reboque setores da esquerda nacional e da burguesia brasileira, vem se aproveitando da situação para tentar ampliar os ataques à população.

Nessa semana, o golpista Cristovam Buarquem ex-senador do Distrito Federal pelo Cidadania, publicou, em suas redes sociais, a seguinte mensagem:

Se os franceses decidirem queimar os quadros do Louvre, o mundo tem a obrigação de tentar impedir. O Louvre é propriedade dos franceses, mas seus quadros são patrimônio da humanidade.

Pouco tempo depois, Leonardo Boff, liderança do movimento da teologia da libertação e defensor da liberdade de Lula, elogiou a mensagem de Buarque:

Excelente comparação. É o que venho dizendo: A Amazônia é o Bem Comum da Humanidade. O Brasil é o seu gestor, por sinal, irresponsável. Se devastarem a Amazônia, o mundo tem o dever de impedi-lo pois agride toda a Humanidade.

A comparação com o patrimônio cultural francês e a caraterização da Amazônia como “bem comum” serve de cobertura, no entanto, para a política de rapina do imperialismo. A França, a Inglaterra, a Alemanha e o imperialismo, de maneira geral, são quem defendem a “internacionalização” da Amazônia – para esses países, a Amazônia não deve pertencer aos trabalhadores brasileiros, mas sim aos capitalistas mais poderosos do mundo.

Nesse momento, diante do interesse que a imprensa burguesa tem demonstrado na questão da Amazônia, o “mundo” ao qual Boff se refere não significa um movimento internacional de trabalhadores unidos para expropriar a burguesia parasita que está causando as queimadas no Brasil. O “mundo” que está tomando a iniciativa para intervir na Amazônia são os chefes de Estado dos países imperialistas – Emmanuel Macron, que está pisoteando nos direitos dos trabalhadores franceses, é um dos porta-vozes dessa intervenção.

Os representantes do imperialismo europeu têm dado uma série de declarações no sentido de defender que as queimadas na Amazônia fossem discutidas pelos países europeus. O governo finlandês, por exemplo, ameaçou boicotar a importação de carne brasileira no caso de o governo brasileiro não atender as reivindicações do imperialismo no caso do incêndio.

A intenção da França e dos demais países europeus – na verdade, dos bancos que controlam os governos desses países – é criar condições para explorar ainda mais a região amazônica. Na medida em que o governo Bolsonaro se encontra ainda mais enfraquecido e que a imprensa burguesa tenta criar um clamor popular para uma intervenção imperialista na Amazônia, os capitalistas estão na expectativa de enviar tropas dos exércitos europeus para controlar ainda mais a região.

Se o governo neoliberal de Macron estivesse ateando fogo no Louvre, jamais o regime político francês convocaria forças externas para frear a a destruição provocada pelo capitalismo. Pelo contrário: a imprensa defenderia o governo francês de todas as maneiras – afinal, a burguesia não tem qualquer compromisso com a Cultura, muito menos com o meio ambiente.

O incêndio na Amazônia deve ser combatido, sim. Mas pelos próprios brasileiros. É preciso organizar um movimento liderado pelos trabalhadores para derrubar o governo Bolsonaro e todos os golpistas, que impulsionam essa política de destruição do patrimônio nacional. Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Fora imperialismo da Amazônia!

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