O fracasso da tentativa de golpe contra o governo legítimo de Nícolas Maduro na Venezuela por parte do imperialismo deixou claramente exposta a completa fraqueza deste último na situação política atual. É preciso destacar que nos últimos anos, o imperialismo acumulou uma série de derrotas em praticamente todas as oportunidades em que tentou adotar uma medida de força contra um povo oprimido. Veja-se, por exemplo, os casos do Iraque, do Afeganistão, da Síria, etc.
No caso venezuelano, a tentativa do governo Trump de tentar “eleger” um golpista para se opor ao presidente Nicolás Maduro foi um fiasco completo. Ficou evidente a manobra farsesca e os golpistas foram obrigados a recuar. A mobilização popular foi também um fator chave. Apesar de não ter tomado medidas mais ofensivas contra a direita, o governo Maduro teve o mérito de chamar o povo a ir para as ruas contra a intervenção imperialista. O gigantesco apoio popular ao chavismo foi um fator decisivo na derrota da empreitada imperialista.
A América do Sul, que nos últimos anos tem sido alvo de vários golpes de estado, tem na Venezuela, neste momento, o principal foco de resistência às investidas dos grandes monopólios capitalistas e dos banqueiros. Podemos comparar a atual situação venezuelana, com a situação de Cuba no início da década de 1960. Liderados por Fidel Castro os revolucionários cubanos derrubaram o ditador Fulgêncio Batista, no final da década de 1950. A revolução cubana foi um marco no desenvolvimento do país, que até então era uma colônia do imperialismo norte-americano.
Assim como a Venezuela, Cuba foi ao longo dos anos alvo de um criminoso bloqueio econômico imposto pelo imperialismo.
Diferentemente de Cuba, a Venezuela não chegou a passar por uma revolução. A burguesia não foi até o momento expropriada, o governo de Maduro, assim como os governos anteriores de Hugo Chávez, foram governos nacionalistas, de aliança com determinados setores da burguesia local. Mesmo assim, o desenvolvimento da luta de classes na Venezuela nos últimos anos, a resistência popular nas ruas contra o golpe em 2002, o caráter nacionalista das forças armadas, consequência desse processo, transformaram o país em uma forte resistência aos interesses do imperialismo.
Por outro lado, os norte-americanos deixam transparecer, como já falamos, a sua crise total. Se em 1960 eles foram derrotados por uma revolução em Cuba, agora não conseguem se impor nem mesmo sobre um governo que não é fruto de uma revolução, mas nacionalista.
A crise do imperialismo norte-americano é um reflexo da crise do capitalismo de um modo geral. Os capitalistas são forçados a adotar uma política de rapina contra os povos oprimidos para manterem a sua sobrevivência. É preciso seguir o exemplo de Cuba e da Venezuela e opor uma luta real contra os interesses imperialistas. Uma luta que tenha como objetivo o socialismo, a expropriação da burguesia tanto local, como internacional.