Este ano se completam os 50 anos da Revolta de Stonewall. No dia 28 de julho de 1969, a comunidade LGBT em Nova Iorque se levantou contra os abusos e a repressão absurda que sofriam.
A revolta se tornou um marco da luta pelos direitos democráticos dos LGBT no mundo inteiro.
Na época, o bar Stonewall Inn, em Greenwich Village (Nova Iorque) era um reduto de encontro de lésbicas, gays, drag queens e travestis. A maioria destes eram setores pobres, da classe trabalhadora, que estavam totalmente à margem da sociedade, vivendo em condições absurdas, temendo por suas vidas.
Os casos de agressões, estupros e assassinatos, realizados pela própria polícia e elementos da extrema-direita, eram comuns. Muitos, diante da situação de total exploração, prostituiam-se para sobreviver, ou realizavam bicos para ganhar algum trocado.
A extorsão dos LGBT e dos lugares que frequentavam pela polícia era cotidiana. A polícia invadia os locais, reprimia os LGBT, e ainda tirava um trocado, roubando as pessoas e o comércio.
Essa situação foi piorando com o tempo. A década de 1960 foi marcada por essa situação para a comunidade LGBT. A condição marginal que viviam estes setores começou a ficar insustentável. As “visitas” da polícia aos bares e locais dos LGBT começaram a se agravar. Em Compton (Los Angeles), em 1966, a polícia foi devidamente expulsa ao tentar reprimir a concentração de Drag Queens.
Em 28 de julho de 1969, uma batida policial no bar Stonewall Inn não deu muito certo, entretanto. A invasão policial havia sido feita com o pretexto de que o bar supostamente não teria selos nas garrafas de bebidas alcóolicas. O objetivo era extorquir os donos do Stonewall Inn.
A polícia foi mais longe e começou a armar uma emboscada para as mais de 200 pessoas que se encontravam no bar. Apagaram as luzes, fecharam as portas e usaram o telefone público para ligar para um batalhão de polícia.
Porém, não ocorreu como previsto. Chegando o camburão, e com a prisão das primeiras pessoas, uma multidão de LGBTs começaram a se rebelar contra a agressão policial enfrentaram as forças armadas do Estado norte-americano, que estavam à paisana.
Alguns que estavam presos, fugiram e começaram a se soltar. A confusão trouxe uma multidão ainda maior para o local do acontecimento, reunindo cerca de 600 pessoas, que começaram a jogar latas de cerveja, tijolos e pedras contra os “porcos” policiais.
O bar foi totalmente destruído, mas a reação destes grupos marginalizados, liderados por sem-tetos, prostitutas, travestis, drag queens etc., foi vitoriosa. Tornou-se um marco histórico para a luta dos LGBT no mundo. As primeiras marchas pelos direitos dos homossexuais, de 1970, foram uma conquista deste movimento, que demonstrou a capacidade até dos grupos mais explorados da sociedade de se rebelaram contra a ditadura capitalista.





