No dia 26 de Dezembro de 1893, nasceu na cidade de Shaoshan, província de Hunan, localizada no Sul da China, o líder revolucionário chinês Mao Tsé-Tung.
Na época da infância de Mao ainda vigorava o regime monárquico e quem governava o país era a dinastia Qing, que se se auto-intitulava como o Império Celestial. A monarquia fora fortemente abalada no decorrer do século XIX, a partir da penetração britânica com as guerras do ópio (1839-1842 e 1856-1860), rebelião camponesa dos Taiping e a Guerra dos Boxers.
O futuro llíder revolucionário era filho de camponeses e estudou até 13 anos de idade, quando abandona a escola para trabalhar na lavoura. A possibilidade de aprender a ler e a escrever, ter acesso ao conhecimento clássico chinês e a literatura política e científica produzidas no Ocidente, bem como ler panfletos de agitação política que denunciavam a dominação estrangeira sobre a China foram fundamentais na evolução de sua consciência política, até compreender que a situação da China precisava ser transformada por meio da ação política, o que fez até os últimos dias de sua vida.
Em 1911, o jovem Mao alista-se no Exército Revolucionário como soldado e atua na Primeira Revolução Chinesa, um movimento de massas que pôs um fim ao regime imperial e proclamou a República da China. Sua adesão ao marxismo-leninismo coincide com sua participação no Movimento Quatro de Maio contra a entrega de regiões da China ao Império Japonês. No ano de 1921, aos 28 anos de idade, participa da fundação do Partido Comunista Chinês.
Mao assiste a derrota da Segunda Revolução Chinesa em 1927, quando o general Chiang Kai-Shek, comandante do partido nacionalista Kuomintang (KMT) massacra os comunistas e sufoca a insurreição da classe operária chinesa nas principais cidades industriais. Na década de 1930, Mao vai adquirir grandes destaque na organização do Partido Comunista e na guerra civil travada contra o partido nacionalista Kuomintang, que vai organizar expedições de extermínio contra os comunistas e os territórios que estes governavam na China.
No decorrer da guerra civil contra o KMT, ocorre a épica Longa Marcha, quando os comunistas, liderados por Mao, procedem a uma marcha forçada para romper o cerco das tropas inimigas do sul até o norte da China. Estima-se que dentre os cem mil que começaram a marcha, cerca de dez mil conseguiram terminar o percurso.
Ainda na década de 1930, em meio à guerra civil, ocorre a invasão da China pelo império japonês. Ao compreender as prioridades do momento, Mao propõe a conformação da Frente Única Anti-japonesa com o KMT. De acordo com ele, era necessário unificar as forças para combater o invasor japonês, mas o Partido Comunista preservaria sua independência política e suas forças militares, sem se dissolver no bloco político.
Com a expulsão dos japoneses em 1945, recomeça a guerra civil entre o Partido Comunista Chinês e o KMT, que vai se encerrar em 1949 com a proclamação da República Popular da China. Sob a liderança de Mao, no decorrer dos quatro anos de enfrentamentos, os comunistas derrotam política e militarmente as tropas de Chiang Kai-Shek, que, sob proteção do imperialismo, fogem para a ilha de Formosa e proclamam sua independência, rebatizada de Taiwan.
Mao consegue estabelecer um governo centralizado e que exerce sua soberania sobre todo o território chinês, algo que desde a tomada britânica da China jamais ocorrera. Desde a proclamação da República Popular (1949) até sua morte (1976), Mao foi considerado como o principal líder do país. Na ddécada de 1960, Mao comandou a Revolução Cultural, uma espécie de revolução dentro da revolução, que visava a combater o burocratismo, o revisionismo e ceder lugar à juventude no interior do Partido Comunista Chinês.