Jamaica

25/12/1831: na Jamaica, escravos iniciam grande revolta pela liberdade

A Grande Rebelião dos Escravos Jamaicana foi uma insurreição generalizada contra o sistema escravista na Jamaica, que acelerou o processo de fim da escravidão oficial no país.

A Grande Rebelião dos Escravos Jamaicana (ou Guerra Batista) ocorreu entre dezembro de 1831 e janeiro de 1832. Foi uma rebelião escrava que se espalhou por toda a ilha, mobilizou cerca de sessenta mil escravos, durou 10 dias e foi liderada pelo pastor batista Samuel Sharpe e pelos membros da Igreja Batista entre os escravos.

Os lideres da rebelião foram influenciados pelo movimento abolicionista de Londres e tentaram uma greve geral pacífica. Devido ao seu caráter pacífico, as elites escravocratas jamaicanas esmagaram à força o movimento. A rebelião resultou na morte de 190 rebeldes e 14 plantadores brancos ou superintendentes.

Com o sufocamento da revolta, cerca 750 de rebeldes foram condenados e, deste número, 138 receberam a pena de morte por tribunais militares. Muitos foram enforcados, suas cabeças foram cortadas e colocadas nas lavouras. A maior parte daqueles que escaparam à pena de morte foi brutalmente castigada, o que causou a sua morte posterior. As elites puniram de forma exemplar os revoltos, para com isso tentar sufocar qualquer movimento que poderia vir a ocorrer.

O pastor Samuel Sharp, líder religioso que dizia que não se podia confiar nos escravizadores e buscava educar a população nas ideias de libertação, foi capturado e enforcado na Praça Charles – Montego Bay em 23 de maio de 1932.

A brutalidade da repressão à revolta dos serviu como um acelerador do processo de emancipação dos escravos na Jamaica, que se iniciou em 1933 e terminou em 1938.

A rebelião dos escravos na Jamaica tem relação com a Revolução Haitiana, ocorrida em 1808, que foi a primeira revolta escrava e que desencadeou a independência do Haiti, até então uma colônia francesa. Além disso, esta era a época das guerras de independência dos países latino-americanos.

 

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