De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o número de jovens, entre 15 e 29 anos de idade, sem oportunidade de emprego e de estudo nos anos de 2017 e 2018 chegou a atingir 24%, ou seja, cerca de um a cada quatro jovens.
Nesse período de tempo, os pesquisadores do DIEESE analisaram a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles concluíram que a juventude que não está regularmente empregada e nem matriculada em estudos representa 24% dos jovens. Entretanto, dessa mesma parcela, quase dois terços estão envolvidos em atividades de trabalho não remuneradas, como afazeres domésticos, procurando ativamente emprego, em trabalhos com grande rotatividade, como intermitentes e sem carteira assinada, e que estão estudando em cursos irregulares ou de forma autodidata na tentativa de se encaixar no mercado de trabalho.
Os afazeres domésticos (casa, filhos ou parentes) também comprometem a oportunidade de dedicar tempo a estudos e emprego. Entre as mulheres, 31% das jovens trabalham em casa em tempo integral.
Todos os anos, aproximadamente, 2 milhões de jovens concluem o ensino médio. Todavia, dos que concluíram o ensino médio em 2017, cerca de um terço, 36%, não conseguiu emprego e nem se matricular em cursos superiores ou profissionalizantes logo em 2018.
Foi possível perceber também como a origem socioeconômica está relacionada com o ingresso na universidade. Dos jovens oriundos de domicílios mais pobres, somente 5% conseguiu ingressar no ensino superior.
Um dos maiores fatores de instabilidade no emprego são os trabalhos sem condição de vínculo, contrato empregatício. Que tem aumentado significativamente com a Reforma Trabalhista e privatizações. Essas mesmas medidas mexem com o consumo, por sua vez, impactando a circulação financeira de comércios e fábricas. A baixa de salários aumenta a recessão e a alta da gasolina aumenta o preço dos produtos. Gerando uma crise financeira em que o desemprego só aprofunda.
É preciso derrotar o golpe antes que leve dezenas de milhares de pessoas para a miséria como foi a década dos anos 90. Para isso, formar comitês de luta contra o golpe nas escolas e universidades, bairros, postos de trabalho, em todos os lugares.