16 de janeiro de 1901: Nascia o ex-ditador cubano Fulgencio Batista, derrubado pela Revolução

Em 16 de janeiro de 1901, nascia Fulgêncio Batista, militar e político cubano.

Batista nasceu em Banes, na província de Hoguín, quando Cuba acabara de conquistar a independência em relação à Espanha e havia se tornado uma semi-colônia dos Estados Unidos.

O governo cubano, agora livre do imperialismo espanhol, não passava, entretanto, de um fantoche do imperialismo norte-americano. Os EUA controlavam a política, a economia e as forças armadas cubanas.

A guerra de independência contra a Espanha, no entanto, foi motivada por um forte sentimento independentista e revolucionário do povo cubano. E isso continuava permeando o povo a ilha. Uma fração do Exército, formada por oficiais de baixo e médio escalão, mais nacionalistas, não admitia tamanha subserviência e respondia aos interesses da pequena burguesia e da burguesia nacional.

Dessa forma, em 1933 essa fração do Exército aplicou um golpe de Estado, conhecido como a Revolta dos Sargentos, que derrubou o governo provisório de Carlos Manuel de Céspedes y Quesada.

Foi uma insurreição semelhante a outras revoluções de tipo nacionalista e pequeno burguês que ocorreram na América Latina na mesma época, como o movimento tenentista ou a Revolução de 1930 no Brasil.

Em seguida, Batista se autonomeou chefe das forças armadas com o título de coronel e estabeleceu uma junta de governo, mantendo-se na prática como líder do país até 1940, quando foi eleito presidente da República. Aprovou uma nova constituição para o país, ao estilo dos regimes nacionalistas, sendo a constituição mais progressista de Cuba até então.

Seu mandato terminou em 1944. Viveu nos EUA até o início dos anos 50. Nessa época, o imperialismo norte-americano já iniciava a imposição de regimes fantoches por todo o continente, controlados diretamente por Washington. Batista, que, em seu primeiro governo, levou adiante um regime que atendia especialmente aos interesses da burguesia nacional, agora teria a missão de ser um capacho do imperialismo e transformar Cuba em um verdadeiro bordel dos EUA.

Assim, voltou a Cuba e, perante a inevitável derrota nas eleições de 1952, deu um golpe de Estado. A partir daí, estabeceleu uma ditadura, abolindo a constituição de 1940 e suspendendo as liberdades democráticas, como a livre organização política e o direito de greve.

Na mesma época, como reação à implementação da ditadura, diversos setores da população voltam -se a uma luta radical contra o regime, principalmente os estudantes. No ano seguinte, Fidel Castro lidera o famoso assalto ao Quartel Moncada, em uma primeira tentativa de derrubar Batista e tomar o poder. Fracassada, a insurreição é violentamente reprimida e Fidel é preso mas devido à pressão popular ele é exilado no México.

Batista continua sua ditadura, mas cada vez com uma oposição popular mais organizada, especialmente nas cidades. O Partido Comunista, no entanto, seguindo a política stalinista, presta apoio ao governo (O qual já havia apoiado na década de 1930), acreditando que ainda representava os interesses nacionais de Cuba.

Mas com o aumento da repressão e da exploração dos cubanos pelo imperialismo através de Batista, finalmente em 1958 explode um movimento revolucionário, liderado pelo Movimento 26 de Julho de Fidel Castro e Che Guevara, que haviam desembarcado em Cuba em 1956 e formado a guerrilha na Sierra Maestra.

A partir da luta armada no campo e a organização dos operários na cidade, em 1 de janeiro de 1959 às forças revolucionárias tomam o poder e Batista foge junto com alguns comparsas e burgueses para o exterior.

Vítima de uma feroz perseguição política e forte repressão durante anos, o povo cubano pede punição aos torturadores e assassinos, incluindo a sua execução. Consta que ao menos 20 mil pessoas morreram nas mãos das forças de Batista.

Saindo de Cuba com uma fortuna milionária, Batista se exilou na República Dominicana, depois na Ilha da Madeira (no Portugal salazarista) e, por último, na Espanha franquista, onde morreu em 1973.

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