Por Vitor Teixeira
Essa semana veremos o impacto das manifestações de ontem contra Bolsonaro. Na última pesquisa do Datafolha, Bolsonaro lidera com 28, Haddad vem em segundo com 22, e Alckmin e Ciro aparecem empatados com 11. Se o movimento #elenão obtiver sucesso, o capitão da reserva pode perder gordura e empatar com Haddad. Mas para onde iriam seus votos? Com uma forcinha dos institutos de pesquisa, Alckmin pode ultrapassar Ciro Gomes e se estabelecer em terceiro.
Além disso, o picolé de chuchu, insosso que é, não tem vocação nem para ser odiado: tem menos rejeição que o candidato do PT e que o “mito”. A poderosa imprensa tucana seria usada para atrair os bolsonaristas arrependidos, e Alckmin chegaria perto dos 20. Portanto, ficariam mais ou menos empatados, Bolsonaro, Haddad e Alckmin. Nesse cenário, o risco de um segundo turno entre dois fascistas não é uma possibilidade tão remota assim. “Mas a transferência de votos do Lula para o Haddad pode ser maior”. Com certeza, mas o TSE está trabalhando para excluir todo esse eleitorado lulista com a desculpa da falta do cadastro biométrico. Ciro Gomes também cumpre papel fundamental nesse cenário, ajudando a frear Haddad. É nesse momento que eu pergunto: se o cenário atual é favorável pra esquerda – já que Haddad está consolidado no segundo lugar – e levando em conta que Bolsonaro perderia para qualquer candidato no segundo turno, por que embaralhar as cartas novamente? Por que se colocar contra um candidato que não tem chances de vencer?