Da redação – O jornalista Leonardo Attuch, ao vivo agora na Análise Política na TV 247, questionou o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, sobre o que significaria uma suposta vitória de Haddad. Isso é cabível de se pensar? É real?
Rui respondeu:
“Eu acho que a tendência de um governo Haddad, seria de conciliação, que se expressa na campanha que ele está fazendo. Eu tenho acompanhado as entrevistas, e ele faz colocações muito claras no sentido, como o Ciro Gomes (PDT) fez no passado: ‘precisamos conter a polarização’, que eu acho que é a pior política possível, ele tentaria levar adiante essa política. Agora, um problema é que ele diz que vai levar adiante, e outro é como a classe dominante no seu conjunto vê a candidatura dele. A candidatura dele para a classe dominante, até onde eu vejo, ela é uma candidatura inaceitável. Não por ele, mas por que trás dele tem o Lula, a CUT e tudo aquilo que a burguesia acabou de derrubar.
Então por mais que ele seja conciliador, eles sabem que, por exemplo, vamos formular hipóteses que não estão colocadas, supor que o Haddad rompesse totalmente com esse aparto do PT e decidisse governar sozinho, como fez o Lenin Moreno, isso abriria uma crise muito grande no governo. Ele perderia a sustentação social totalmente, o Brasil não é como o Equador e nem o partido do Rafael Correa é como o PT. Isso abriria uma crise no aparato de Estado brasileiro muito grande, o que obrigaria, inclusive, a derrubar o Haddad por falta de apoio. Então é uma candidatura dificil de digerir pela burguesia.”
Attuch perguntou também se Haddad não seria um “equilibrista” da situação entre classe operária e burguesia? E se o eleitor do PT tem para onde correr?
E explicou Rui:
“A burguesia precisa de um governo que tenha autoridade política para levar adiante uma política racial de enxugamento das finanças públicas e de ataque contra a população. Quer dizer, precisa colocar o Estado à serviço dos banqueiros, sanear – como eles dizem – o Estado e fazer com que o povo pague pesadamente essa conta. E não é qualquer governo que tem a capacidade de fazer isso. E os governos do PT, a gente já viu, que são profundamente deficientes em fazer isso, a Dilma ensaiou uma reforma fiscal, que na época alguns tentaram combater, e que se comparamos com a do Temer parece ridícula.”