A escalada da censura e da repressão no País vem ganhando contornos cada vez mais acentuados. A direita fascista e reacionária, impopular e amplamente rejeitada pelas massas, se vê obrigada a adotar medidas cada vez maiores de ataques aos direitos democráticos da população. O que se vê país afora é uma verdadeira ditadura policial, que busca sufocar a rebelião popular latente entre as massas populares.
O longo braço da repressão e da censura está presente em todos os aspectos da vida social. O direito a livre opinião e manifestação vem sendo constantemente ameaçado pela perseguição policialesca desencadeada pela direita fascistóide, que se utiliza do aparato militar repressivo para aterrorizar não só a população pobre e explorada, mas também a intelectualidade que lida com a cultura e a produção artística nacional.
Em todas as grandes manifestações onde há concentração de massas, a truculência policial tem deixado a sua marca, evidenciando não se tratar de fatos e/ou acontecimentos isolados. Há muito a direita vem tentando impor o controle e a censura ao conjunto da sociedade, com o intuito claro de fazer cessar a crescente rejeição e o repúdio ao regime de terror dos golpistas.
Uma das manifestações de maior apelo e adesão popular, que expressa de forma muito exponencial a cultura de massas, é o futebol. O esporte mais popular do país arrasta multidões, levando grandes contingentes populacionais, em todas as regiões do país aos estádios que, por um claro temor da burguesia e da direita, foram transformados em “arenas”, com o objetivo claro de dificultar e até mesmo impedir o acesso das massas populares aos eventos esportivos.
Com a agudização da crise política e o aumento dos protestos contra a direita golpista, os estádios – ainda que reduzidos em sua capacidade e controlados diretamente pelo aparato policial – se tornaram palco de grandes manifestações de massas. Isso fez com que houvesse um vertiginoso aumento da repressão contra as torcidas, com o banimento das chamadas “Organizadas”, que passaram a ser o alvo preferencial da repressão policial nos estádios.
Neste final de semana, no domingo, dia 16, um fato ocorrido no estádio do Corinthians, o Itaquerão, expõe de forma inequívoca a verdadeira ditadura policial que vem se desenvolvendo a passos largos no país. Uma torcedora corintiana militante do Partido dos Trabalhadores, que se dirigia ao Itaquerão para assistir a partida do seu time, foi brutalmente impedida pela PM fascista de ter acesso ao estádio pelo simples fato de estar portando uma faixa com os dizeres “Lula Livre”, fato que mereceu os insultos e a tradicional e costumeira brutalidade da PM tucana. A professora da rede pública Liliane Roque participou durante o dia do “Festival Lula Livre”, na avenida Paulista, de onde se dirigiu para ver o seu time jogar, em Itaquera. Entretanto, não conseguiu entrar no estádio, pois a repressão e a truculência policial não só a impediram, como a professora foi conduzida a uma delegacia para prestar “esclarecimentos” sobre o seu direito elementar de se manifestar contra a prisão política do ex-presidente.
Este verdadeiro regime de terror contra os direitos democráticos mais elementares da população somente poderá ser barrado e ter fim com a mais ampla mobilização popular, onde deverão entrar em ação o conjunto das organizações de luta dos trabalhadores, como a CUT, os sindicatos, os partidos de esquerda, o MST, o movimento estudantil, sindical e popular.