O golpismo avança sobre a América Latina com as mesmas táticas em toda parte. Assim como no Brasil e na Venezuela, manifestações de direita extremamente violentas vêm tomando as ruas na Nicarágua, com vistas a derrubar o governo.
Em 2011, o presidente Daniel Ortega, líder da Frente Sandinista, retirara o poder de parlamentares de direita, iniciando-se o mesmo tipo de movimentos de rua que se veria no Brasil a partir de 2013 e que culminaram no impeachment fraudulento de Dilma Rousseff. A última leva de atos foi desencadeada num movimento contra a reforma da previdência proposta pelo governo.
Em pronunciamento em rede nacional, Ortega afirmou que os coxinhatos nicaraguenses são financiados pelos Estados Unidos e contam com a presença de agentes agitadores infiltrados, entre eles a “liderança” do Movimiento Campesino Anticanal, Medardo Mairena, que se reporta publicamente à embaixada norte-americana, revelando manter contato com Caleb McCarry. Mais de 100 pessoas morreram desde o início das manifestações – muitas delas sem envolvimento político – da qual participam milícias encapuzadas favoráveis ao golpe.
McCarry foi enviado à Nicarágua pelo senador republicano do Tennessee, Bob Corker, com a clara missão de financiar e auxiliar na organização do golpe de estado no país latino-americano. O presidente Daniel Ortega assinala que “esses recursos financeiros vão para a conspiração, convertendo sua prática política em uma prática destrutiva. A oposição está se convertendo em um fator de desestabilização. O ódio parte dos líderes dos partidos, não dos meninos que vão para a rua protestar”.