Na tarde desta quinta-feira, milhares de pessoas acompanharam o velório e o funeral da vereadora Marielle Franco, do Psol, assassinada a tiros na noite do dia 14.
A multidão se concentrou em torno à Câmara dos Vereadores, onde seu corpo era velado, e caminhou até a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) onde um ato público, com discursos e palavras de ordem como “Marielle, presente” e “não acabou, tem que acabar; eu quero o fim da polícia militar”, homenageou a vereadora e marcou o protesto popular contra a Polícia Militar.
Em passeata, passando pela igreja da Candelária e indo até a Cinelândia, os manifestantes erguiam cartazes e fotos de Marielle, protestando contra o assassinato.
Marielle foi vítima de uma execução política. Dias antes do seu assassinato, ela havia denunciado uma ação da Polícia Militar no bairro de Acari, do 41º Batalhão, conhecido por ser o que mais mata no Rio.
Há duas semanas, ela se tornou relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a atuação das tropas na intervenção militar. Logo que assumiu o posto, declarou que era contra a intervenção.
Dos nove tiros disparados contra o carro em que estava, na noite de quarta-feira, quatro atingiram a vereadora na cabeça. Outros três feriram fatalmente o motorista, Anderson Gomes. Trata-se de um assassinato com a marca registrada dos esquadrões da morte da época da ditadura militar. Um assassinato que só pode ter sido cometido por policiais ou milicianos, agindo sob a proteção da intervenção militar no Rio.
A execução da vereadora do PSOL é a demonstração prática do que é a intervenção militar no RJ, ou seja, uma política de guerra contra a população. De nada adianta esperar o esclarecimento deste crime da parte das autoridades que, por todos os indícios, estão envolvidas. Cabe à esquerda convocar a população pobre do Rio a se mobilizar contra o aparato repressivo e a intervenção militar.