Há 100 anos atrás as mulheres britânicas conseguiram o direito ao voto. A luta sufragista na Inglaterra iniciou-se no início do século XX, quando as mulheres reivindicavam um dos mais elementares direitos que uma democracia deve reconhecer: o direito ao voto universal. A luta para a conquista desse direito foi longa e árdua, a oposição era frequentemente feroz.
Na ocasião, apenas 58% dos homens podiam votar, pois o direito estavam limitado aos homens residentes no país nos 12 meses anteriores. Após um longo debate sobre a reforma eleitoral, a Lei para a Representação da População foi aprovada em 6 de fevereiro de 1918, permitindo o voto de mulheres com mais de 30 anos, cerca de 8,5 milhões de mulheres, 40% da população.
A comemoração é importante para lembrar que direitos que hoje tomamos como garantia, há 100 anos era uma realidade distante. Se é verdade que foi no parlamento que a vitória se consolidou com a alteração à lei eleitoral, também vale destacar o combate político das sufragistas, que teve grande foco nas ruas. Manifestações, comícios, concentrações, piquetes, entre outros, foram algumas das formas de protesto do movimento.
No Brasil, o movimento criado pelas britânicas influenciou as brasileiras a buscarem o mesmo direito, que foi conquistado pela reforma provisória eleitoral de 1932. No entanto, a luta das mulheres hoje perpassa questões que estão além do direito ao voto ou a conquista de direitos políticos. Hoje há demandas e questões que afetam mais diretamente à mulher trabalhadora: o direito a creche e a serviços de saúde gratuitos, salário maternidade, dentre outros. Em outras palavras, as mulheres precisam lutar contra a direita e o golpe de Estado. Derrotar esse setor reacionário é parte fundamental da luta das mulheres. Ainda há muito para reivindicar. A luta continua!