O movimento antiaborto, que vem colecionando vitórias desde que Donald Trump assumiu a presidência, pode sublinhar mais uma. Nesta segunda-feira (04), a Suprema Corte dos Estados Unidos anulou uma decisão que havia outorgado o direito a interromper a gravidez a uma adolescente detida em um centro de retenção de imigrantes.
A jovem de 17 anos, que estava detida no Texas após ingressar ilegalmente nos Estados Unidos, pediu para abortar em setembro do ano passado. O procedimento foi realizado em outubro depois de alguns embates jurídicos.
Porém, mesmo a jovem já tendo realizado o aborto, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos não se deu por vencido e recorreu à Suprema Corte acusando a defesa da jovem de ter apressado a interrupção de sua gravidez, sem lhes dar tempo de continuar a batalha legal.
Esse episódio demonstra que o governo de Trump se esforça a cada dia para reduzir o direito das mulheres à prática do aborto. Já existem leis que impedem que os recursos federais financiem procedimentos abortivos.
O governo de Trump é absolutamente alinhado com políticas conservadoras que valorizam a família e a vida (contra o aborto). “Toda criança é preciosa e um presente de Deus”, disse o presidente durante um evento pró-vida que reuniu diversas lideranças que militam contra o aborto. A declaração ocorreu no mesmo dia em que seu governo anunciou a intenção de endurecer ainda mais as regras contra as clínicas que fazem cirurgias de interrupção da gravidez.
Esse moralismo cínico faz parte do cotidiano burguês. Fato é que o senhor Donald Trump é “pró-vida” de crianças norte-americanas, as milhares de crianças sírias e palestinas que foram mortas pelo holocausto provocado pela política imperialista de seu país não têm importância.
Mais uma vez, o governo Trump mostra o quanto está disposto a implantar políticas direitistas contra a população. A saída contra governos antidemocráticos da direita passa necessariamente por uma alternativa à esquerda ao Partido Democrático.