Os atuais governadores dos estados do Nordeste, juntamente com os eleitos que tomam posse em janeiro próximo, acertaram de reunir-se nessa quarta-feira (dia 21), em Brasília, com o presidente ilegítimo, eleito por meio da fraude, Jair Bolsonaro.
A reunião foi preparada por uma rendição integral dos governadores eleitos pelo PT e demais partidos de “oposição” que, na semana passada participaram de um encontro de governadores eleitos organizado pelos golpistas eleitos de SP, João Dória (PSDB), do RJ, Wilson Witzel (PSC) e do DF, Ibaneis Rocha (MDB). Na ocasião, os governadores acertaram a busca de um “entendimento” que, na realidade, serve de cobertura legal ao governo nascido da fraude eleitoral.
Os governadores acabaram se reunindo apenas com o presidente do Congresso Nacional, senador Eunício de Oliveira (MDB), como parte das articulações desses com o atual e o futuro governo golpistas. Isso porque Bolsonaro desdenhou do convite feito pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), e não compareceu.
Na semana passada, em nome dos governadores da região, o governador reeleito do Piauí encaminhou a Carta dos governadores do Nordeste a Jair Bolsonaro, em que os chefes dos executivos estaduais nordestinos anunciam seu desejo de que ele tenha “um exitoso processo de transição” e “um bem sucedido mandato no cumprimento de metas” etc. Isso, depois que esses mesmos “oposicionistas”, juntamente com Haddad e seu comando de campanha, anunciaram ao mundo (antes do segundo turno) que a vitória de Bolsonaro representa a “vitória do fascismo”, o “maior retrocesso de todos os tempos” etc.
No documento, os governadores propõem um “trabalho em conjunto” para “superar os altos índices de violência”, ou seja, atuar em conjunto com o governo ultra reacionário que está sendo montado sob o comando dos generais e de outros setores mais reacionários do País, como o DEM, o juiz Sérgio Moro (que condenou sem provas e mantém preso ilegalmente o ex-presidente Lula, garantindo a vitoria de Bolsonaro) para aumentar a repressão contra o povo trabalhador em geral e suas organizações e, mais particularmente, contra a esquerda.
Os governadores, cuja eleição foi apresentada por muitos setores pequeno-burgueses como uma “vitoria da esquerda contra a direita e o fascismo”, não se limitaram a isso. Propuseram uma ação comum com Bolsonaro também em torno da questão da Previdência, quando o governo já explicitou que sua política para o setor é a privatização e o favorecimento dos bancos com a expropriação de milhões de trabalhadores. Querem atuar juto com o governo fraudulento de Bolsonaro para “reformar a Previdência”.
Como parte do programa reacionário comum, os governadores nordestinos endossaram documento dos demais governadores em que, entre outras medidas apóiam que a “flexibilização da estabilidade de servidores públicos seja aprovada”, como denunciou – acertadamente – o Sindicato dos Servidores Federais da Bahia (SINTSEF) em documento em que acusam o governador da Bahia, Rui Costa (PT), de traição, uma vez que “traiu a confiança dos seus eleitores ao assinar a carta dos governadores entregue ao presidente eleito” o que, segundo a entidade filiada à CUT, representa “um endosso.. à agenda neoliberal de desmonte do Estado, que é defendida tanto pelo governo atual, de Michel Temer, quanto pelo próximo, de Jair Bolsonaro”.
A liderança de toda essa operação de apoio ao programa reacionário de Bolsonaro e dos golpistas está a cargo de Wellignton Dias, governador do PT no Piauí, que juto com Rui Costa e outros próceres da direita do PT lideraram a operação de colocar o PT, primeiro, sob a égide do “plano B”, ou seja, da troca da candidatura de Lula pela candidatura reacionária de Haddad que abriu mão da defesa de pontos centrais do programa da esquerda, deixou de defender a liberdade imediata de Lula e, como os governadores, também desejou “sucesso” para Bolsonaro e seu governo golpista e fraudulento.
Passadas as eleições, os governadores e todo esse setor da direita do PT (nem falar nos demais aliados da “oposição”, como Ciro Gomes, o PSB e seus governadores etc.) resolveram deixar Lula e a suposta defesa dos direitos dos trabalhadores de lado para fazer demagogia política com Bolsonaro.
Estão endossando o ataque contra o povo brasileiro, ao lado dos reacionários “coronéis” do Nordeste que os apoiaram e tiram proveito politico da miséria do povo nordestino, e de todos os setores mais reacionários que servem ao grande capital estrangeiro e “nacional” que promoveu o golpe de Estado e acabou por se unificar em torno da chapa golpista de Bolsonaro-Mourão.
Está claro que a mobilização contra o golpe, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, pela liberdade de Lula e de todos os presos políticos e em defesa das reivindicações do explorados de todo o País, passa pela superação da política de conciliação, capitulação e traição desses senhores.