Os comitês de luta contra o golpe no Brasil, o Partido da Causa Operária e outras organizações abaixo-assinadas, estão convocando uma Conferência Nacional Aberta da Luta contra o Golpe de Estado no Brasil e pela Liberdade de Lula, que será realizada nos dias 21 e 22 de julho na cidade de São Paulo.
A confusão no meio do movimento de esquerda no país diante do que fazer perante a ofensiva golpista, dos ataques brutais aos direitos da classe trabalhadora e de todo o povo brasileiro e da pilhagem das riquezas do País pelo capital estrangeiro, obriga a realização de um amplo debate sobre o tema a fim de mobilizar e organizar as pessoas que querem agir, dando a elas as devidas dimensões da luta que temos que realizar e uma orientação política clara e objetiva.
Chamamos todos a discutir uma análise dos aspectos centrais da situação política nacional e internacional e um programa de ação que seja a conclusão desta análise.
A questão Lula, preso e praticamente incomunicável, é central para que o golpe de Estado possa seguir adiante com os seus ataques aos trabalhadores. No entanto, mesmo nestas condições, com todas as manobras da burguesia, ele é líder nas pesquisas, o que mostra a crise do golpe.
O ex-presidente está no centro da crise nacional porque representa claramente, na hora atual, os anseios de luta popular contra a direita, os grandes capitalistas nacionais e estrangeiros e de conquista e reconquista dos seus direitos políticos e suas condições de vida. Neste momento, o golpe se defronta com ampla resistência popular, sendo necessário organizar esta resistência de uma forma unitária e consciente.
Para sair do impasse em que o golpe se colocou, a burguesia precisa de uma operação bem arquitetada, cujo objetivo seria criar uma fachada de legitimidade institucional do golpe de 2016.
Nesse sentido, os golpistas estão obrigados a eleger um candidato com autoridade política suficiente para reunificar o bloco golpista e levar adiante a política entreguista e antipopular, para que o imperialismo possa continuar e aprofundar a pilhagem do nosso país em níveis sem precedentes, assim como busca fazer neste momento no resto do planeta.
Impulsionadas por essas manobras da burguesia, surgiram as chamadas “candidaturas abutres”, ou seja, candidatos de tipo Ciro Gomes, Manuela D’Ávila, do PCdoB, Guilherme Boulos, do Psol. Esses candidatos querem se apropriar dos eleitores de Lula como quem se aproveita da carcaça de um animal atacado por leões, para levar adiante seja a divisão da frente única de luta contra o golpe, seja uma política golpista neoliberal em nome desta luta.
A burguesia não quer Lula no governo, o que significa que não pode realizar eleições verdadeiras. Por isso mesmo, Lula está preso e multiplicam-se as manobras ilegais e inconstitucionais para evitar que concorra às eleições. Parte da esquerda, mesmo da esquerda antigolpista, semeia a ilusão de que as eleições seriam o meio para derrotar o golpe.
A consequência nefasta desta fantasia de derrubar o golpe pela via eleitoral será a legitimação do golpe de Estado, arrastando toda a população, já amplamente rebelada contra o golpe, a uma verdadeira armadilha política que visa a desarmar esta luta e consolidar o golpe e sua política de guerra contra o povo.
O princípio básico da luta contra o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff tem sido, desde o começo, o de “desconfiar das instituições dominadas pelos golpistas e confiar apenas na mobilização revolucionária do povo”.
Esta mobilização, que vem crescendo desde a luta para barrar o impeachment, que foi visível na defesa de Lula contra a prisão em S. Bernardo do Campo e, mais recentemente, na mobilização dos caminhoneiros, tem sido obstaculizada pela falta de clareza, de iniciativa e de unidade política do muito aguerrido ativismo antigolpista.
Nesse sentido, a convocação para a realização da Conferência Nacional aberta dos comitês de luta contra o golpe se torna imprescindível para esse momento em que o governo golpista se defronta com a sua maior crise.
É necessária a realização de reuniões com uma ampla discussão política nas cidades, regiões aonde já existem comitês formados, formando novos comitês, a fim de que haja um grande processo de discussão, de esclarecimento, de organização e de mobilização nacional e internacional, que desembocará na Conferência Nacional a ser realizada nos dias 21 e 22 de julho na cidade de São Paulo.
Nesse sentido, fazemos um chamado a todos os militantes, ativistas, simpatizantes e comitês de luta contra o golpe de todas as denominações partidárias e ideológicas a participar ativamente desta Conferência Nacional Aberta, inclusive com a apresentação de propostas e teses, contribuindo para que a luta contra o golpe dê um salto de qualidade e seja capaz de alcançar a vitória contra os golpistas nacionais e internacionais e a direita fascista!
Abaixo o golpe de Estado!
Cancelamento de todas as “reformas” e medidas dos golpistas!
Anulação do impeachment ilegal!
Liberdade para Lula!
Lula presidente!